Arquivo da Categoria "Notícias"

Candidatos aprovados para cursar disciplinas como aluno não-vinculado

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 10/jul/2014 -

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação divulga a lista dos candidatos aprovados para cursar disciplinas no segundo período de 2014 como estudantes não vinculados.

Lista aprovados ESTUDANTES NÃO VINCULADOS 2014-2

Softwares desenvolvidos na UFV contribuem para sucesso na produção de carne bovina no Brasil

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 10/jul/2014 -

por Léa Medeiros

Quem visita o laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal de Viçosa vai encontrar uma porção de bois pastando calmamente em cochos parecidos com o de qualquer fazenda por ai. Mas não são! Cada vez que um boi vai se alimentar, um sistema informatizado identifica o quanto comeu e quantas vezes foi ao cocho durante um dia. Se ele for a outro cocho beber água, outro sistema sabe o quanto consumiu, quantas vezes ele bebeu água e quanto pesa enquanto se alimenta ou hidrata. Olhando ainda mais de perto, os bois também não são como os outros. Eles têm uma espécie de tampa nas costas que se abrem para que os pesquisadores saibam quanto de alimento está no rúmen do animal, quais os componentes da dieta foram mais aproveitados e quais viraram fezes. E tem mais! As fezes também são analisadas para saber se o que restou nelas pode poluir o meio ambiente. Parece ficção científica, mas as pesquisas realizadas pelas equipes do Departamento de Zootecnia da UFV ajudaram a transformar o Brasil no maior produtor de carne do mundo. E elas não param por ai.

Fotos do professor Sebastião Valadares Filho no laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal de Viçosa onde a alimentação do gado é monitorada para gerar dados que melhorem a produção de carne bovina no Brasil.

Segundo o professor Sebastião de Campos Valadares Filho que lidera as pesquisas com nutrição animal na UFV, em menos de 20 anos, o tempo que um boi leva para chegar ao peso ideal de abate no Brasil caiu de quatro anos para 30 meses, mas espera-se chegar aos 24 meses apenas. “A eficiência produtiva do Brasil já é muito alta, ainda mais se considerar que aqui o gado é criado solto no pasto, enquanto em outros países como os EUA, a criação é confinada para engorda. A estabilidade econômica das duas últimas décadas permitiu que o Brasil investisse em tecnologia e os produtores se interessassem pelo conhecimento científico que fez do Brasil o grande produtor mundial”, disse o professor.  O melhoramento genético das raças e as técnicas para nutrição animal foram bases do sucesso econômico da produção de leite e carne e grande parte do conhecimento acerca de dieta para bovinos de corte no Brasil foi gerada na Universidade Federal de Viçosa e disponibilizado aos produtores gratuitamente na internet por meio de dois sites que contém softwares capazes de gerar dietas balanceadas para engorda .

O Sistema BRCORTE 2.0, disponível no site www.brcorte.com.br formula dietas, estima desempenho dos animais e calcula a exigência do animal em cada fase da produção. O sistema CQBAL que já está na versão 3.0 informa a composição nutricional de cada elemento da ração. Os sistemas foram desenvolvidos pela equipe coordenada pelo professor Sebastião e contém milhares de dados sobre cada alimento consumido na dieta de bovinos em todas as regiões do país.  Atualmente, os dois sistemas são muito utilizados no país por serem eficientes, por estarem em constante atualização, porque são gratuitos e porque têm a credibilidade das pesquisas realizadas pelo Departamento de Zootecnia da UFV.

A eficiência produtiva da pecuária de corte é medida pelo tempo que um bovino leva para alcançar a média dos 500 quilos para o abate. Quanto menos tempo, maior a eficiência na produção. Para isso é preciso um dieta balanceada, que varia de acordo com a raça, a idade, o que há de disponível na ração e se o gado fica ou não confinado para engorda. São muitas variáveis, ainda mais para um país com tantas diferenças regionais como o Brasil e é isso que torna os sistemas informatizados tão complexos, embora muito simples de serem utilizados por produtores.  O professor Sebastião explica que, para compor a dieta, o produtor leva em conta, por exemplo, a disponibilidade e o preço dos nutrientes em cada região ou época do ano para gastar menos com a nutrição do animal. Para gerar as dietas eficientes, o produtor só precisa informar ao sistema BRCORTE 2.0, a raça, a demanda de engorda e a condição sexual do animal. O sistema gera a composição da dieta considerando ainda a disponibilidade de alimentos em cada região para se obter o preço mínimo dos componentes da ração. Para formular as tabelas de composição de alimentos, disponíveis no sistema CQBAL, a equipe da UFV levou mais de 20 anos cadastrando e analisando a composição química dos principais alimentos que compõem uma dieta bovina no Brasil.

Ainda segundo o professor Sebastião Valadares, o que a ciência pretende é dar respostas cada vez mais rápidas para os produtores fazendo com que o gado se alimente menos e engorde mais, por isso a riqueza de detalhes na composição de alimentos. Tanta eficiência é necessária para que o Brasil mantenha o título de maior produtor mundial de carne bovina. A expectativa brasileira para 2014 é de um rebanho de 195 milhões de bovinos. Destes, aproximadamente 150 milhões são gado de corte, mas menos de cinco milhões são criados em confinamento e a pecuária extensiva exige dietas específicas para que o gado não perca peso. Mais de 43 milhões de bovinos deverão ser abatidos este ano apenas para abastecer o mercado interno.  O Brasil é o segundo mercado consumidor mundial de carne bovina. Cada brasileiro consome em média, 39,5 quilos de carne bovina por ano, enquanto os argentinos, que ocupam o primeiro lugar no ranking mundial, consomem mais de 60 quilos per capta.

Investimentos em pesquisa têm dado resultados muito satisfatórios para o Brasil que, este ano, deverá exportar mais de 1.940 mil toneladas de equivalente carcaça de bovinos para vários países consumidores. A produção nacional está concentrada no norte (21%) e centro oeste ( 32%) do país. Juntas, as duas regiões respondem por mais da metade da produção porque é onde há onde há maiores extensões de terra e maior produção de grãos para viabilizar economicamente a nutrição para os animais. Números tão favoráveis também geram problemas. Além da expansão da fronteira agrícola para a região da floresta amazônica, a produção de bovinos é vista como grande poluidora ambiental porque o gado expele gases geradores do efeito estufa.  Dietas mal balanceadas também podem resultar na excreção de compostos que contaminam o solo. “Estes são os nossos novos desafios. Fazer com que o gado engorde mais comendo menos e sem danos ambientais”, comenta o pesquisador.  Para considerar os impactos ambientais da produção de bovinos é que a equipe investiu nos equipamentos sofisticados citados no início desta matéria. Eles também são capazes de medir a eructação dos bovinos. Os gases que soltam pela boca são quantificados para que os pesquisadores possam dizer, com precisão, quanto a produção nacional de bovinos gera de gases metano e CO2. Estas respostas serão fundamentais para a economia global que cada vez mais considera a sustentabilidade ambiental para fechar grandes negócios.

A qualidade destas pesquisas realizadas pela equipe do Departamento de Zootecnia, permitiu que a UFV sediasse o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ciência Animal. O INCT/CA tem o objetivo de desenvolver novas metodologias e produzir informação e apoiar atividades científicas e tecnológicas inovadoras sobre ciência animal para melhorar os atuais resultados de eficiência de produção, reduzir impactos ambientais e maximizar o potencial produtivo em todas as áreas da ciência animal no Brasil. O Instituto é dirigido pelo professor Sebastião e reúne outras dez instituições de pesquisa brasileiras, a maioria de universidades federais.

Saiba mais sobre o INCT/CA no site: www.inctca.com.br

Solenidade de Entrega de Certificados aos Mestres e Doutores da UFV

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 09/jul/2014 -

A Universidade Federal de Viçosa realizará a Solenidade de Entrega de Diplomas aos mestres e doutores que cumpriram as exigências dos cursos de pós-graduação até o dia 30 de junho de 2014.
A inscrição poderá ser feita até o dia 08/08/2014.

 

Abaixo, link para maiores informações.

https://www2.dti.ufv.br/sisppg_formatura/scripts/conteudo.php?area=3

Resultado Parcial PIBIC, PIBIC-Af e PIBITI/CNPq 2014

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 07/jul/2014 -

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação divulga o Resultado Parcial dos Editais: PIBIC, PIBIC-Af e PIBITI/CNPq 2014

Para acessar o Resultado Parcial, clique no link abaixo, escolha o Edital do qual participou, em seguida clique em Resultado Parcial e faça o login.

https://www2.dti.ufv.br/sisppg/scripts/portal/

 

Lembramos que o Resultado Final estará disponível dia 11/07/2014.

 

 

 

Pesquisadores da UFV buscam soluções para aumentar a produtividade agrícola de Omã, no Oriente Médio

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 01/jul/2014 -

por Elaine Nascimento

Escolhida pela empresa Vale para propor soluções ao controle de doenças nas plantações de manga e limão no Sultanato de Omã, a UFV vem desenvolvendo pesquisas no país árabe desde 2011. A Cooperação Vale/UFV/Omã é uma parceria entre a UFV e a Sultan Qaboos University (SQU), e conta com investimentos de cerca de R$ 8,5 milhões feitos pela Vale, por meio do Instituto Tecnológico Vale (ITV).

A economia omani é baseada na produção e exportação de petróleo. Mas temendo os efeitos da diminuição das reservas, o governo de Omã, na figura do Sultão Qaboos bin Said, tem buscado diversificar a economia do país. Dentro dessa política, a Vale, que possui uma unidade pelotizadora de minério em Omã, recorreu à UFV visando ao desenvolvimento da agricultura no Sultanato.

A UFV está atuando em duas frentes de trabalho, uma concentrada nos estudos sobre manga e outra dedicada às pesquisas sobre limão, que correspondem respectivamente aos projetos: “Seca da mangueira causada por Ceratocystis fimbriata sl em Omã” e “Etiologia, tolerância e manejo de doenças de limão galego (Citrus aurantifolia) em Omã”. Cada um dos projetos é composto por subprojetos, envolvendo vários professores, pós-graduandos e graduandos de diversos departamentos da UFV, da SQU e da University of Iowa, nos Estados Unidos. Todas as pesquisas têm o objetivo comum de encontrar a melhor alternativa para o controle de doenças nas duas culturas.

As plantações de manga do país sofrem com o ataque do fungo C. fimbriata, que provoca a seca da mangueira. O estudo envolve análise de amostras de plantas infectadas do Brasil, Omã e Paquistão, visando identificar a variabilidade genética do fungo e a origem da doença no Oriente Médio, tendo em vista que o patógeno é nativo do Brasil. Esse estudo vai embasar a seleção de variedades de manga para plantio. Também está sendo estudado o processo infeccioso do fungo e as respostas fisiológicas da planta, bem como a relação da doença com o ambiente. A importância de inóculo do fungo presente no solo e o papel de besouros na disseminação da doença também estão sendo pesquisados.

Já a produção de limão em Omã é gravemente afetada pela vassoura de bruxa (witches’ broom disease of lime, WBDL), uma doença causada por fitoplasma. Atualmente, estima-se que 98% das plantas de limão cultivadas no país estão infectadas com WBDL. O pós-doutor em Entomologia, Renan Batista Queiroz, passou 11 meses do seu doutorado em Omã, fazendo a análise molecular de insetos coletados em campo e desenvolvendo experimentos para confirmar quais insetos são realmente capazes de transmitir o fitoplasma. Ele acompanhou a flutuação populacional dos possíveis vetores de WBDL em uma área no interior do país, na região de Dakhliyah, e em três áreas na região de Al-Batinah, situada próxima do mar, onde a agricultura é mais frequente.

O pesquisador  descreve que “o país é constituído, principalmente, de montanhas e desertos. E a produção agrícola ocorre, principalmente, em pequenas fazendas com cerca de cinco hectares, dedicadas à subsistência. Os solos são salinizados. Todas as áreas são irrigadas e a maior parte da água é obtida através do sistema de falaj, em que um canal vertical é escavado a partir da superfície para alcançar a água em rochas porosas. Como o país não apresenta condições favoráveis à agricultura, grande parte dos produtos agrícolas é importada”.

Benefícios

Além da coleta de dados, pesquisadores brasileiros têm realizado visitas técnicas a Omã. No mês de junho, os professores da UFV, Dalmo Lopes de Siqueira e Fabrício de Ávila Rodrigues, estiveram no país árabe, onde ofereceram um treinamento aos produtores omanis, sobre práticas de manejo nas culturas de citros e manga.

A UFV também tem recebido visitantes. Recentemente, o assistente de laboratório da SQU, Issa Hashil Said Al-Mahmooli, esteve no Brasil para treinamento nos Laboratórios de Virologia e Patologia Florestal. A Cooperação ainda prevê a transferência de tecnologia mediante a vinda de agricultores omanis para aprender técnicas de produção de mudas de qualidade.

O professor do Departamento de Fitopatologia, Acelino Couto Alfenas, é coordenador geral da Cooperação na UFV. Ele afirma que os resultados da parceria obtidos até agora são promissores e os ganhos são para os dois países, Brasil e Omã, e para a UFV, sobretudo, no que diz respeito à geração e transferência de tecnologia e à formação de recursos humanos.

Além do coordenador, os professores Claudine Márcia de Carvalho, Dalmo Lopes de Siqueira, Fabrício de Ávila Rodrigues, Luiz Antonio Maffia, Marcelo Coutinho Picanço e Simon Luke Elliot integram a equipe.  Ao todo, estão envolvidos cerca de 40 pesquisadores da UFV, entre docentes,  estudantes  e pós-doutores, dos departamentos de Entomologia, Fitopatologia, Fitotecnia e Solos.

De acordo com o coordenador, os laboratórios participantes foram equipados com infraestrutura de ponta e a UFV possui hoje uma das maiores coleções de variedades de manga do Brasil, no Banco Ativo de Germoplasma (BAG), situado em Visconde do Rio Branco. Segundo o professor Acelino, “o estabelecimento dessa coleção é uma das metas do projeto fundamental para o programa de melhoramento visando à obtenção de variedades resistentes, sendo um dos métodos mais promissores para o controle da doença”.

A Cooperação Vale/UFV/Omã vai até maio de 2015. O coordenador acredita que o projeto ainda terá desdobramentos: “Atualmente, os estudos se concentram na busca de métodos de controle das duas doenças. Mas por se tratar de uma região desértica, em que a água é com certeza o principal fator limitante para o desenvolvimento da agricultura, há a necessidade de se encontrar variedades resistentes à salinização do solo também”.

Prorrogadas as inscrições de bolsas de Iniciação Científica Júnior – EDITAL BIC-JÚNIOR/UFV/FAPEMIG/CNPq/2014

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 27/jun/2014 -

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG), da Universidade Federal de Viçosa, comunica que foram prorrogadas as inscrições para a seleção de Orientadores/projetos e de Bolsistas de Iniciação Científica do Programa BIC-Júnior (CNPq/FAPEMIG). As inscrições continuarão abertas até 10 de julho de 2014.

 O objetivo do BIC-Júnior é favorecer os alunos do Ensino Médio ampliando sua formação e permitindo que mantenham contato com um projeto científico, despertando o interesse pela pesquisa científica. Os projetos submetidos, pelos orientadores, deverão ter um caráter de formação e nível de execução compatível com alunos do ensino médio.

 Trata-se de uma ótima oportunidade para todos os docentes pesquisadores da UFV e, sobretudo, para aqueles professores que ainda não desenvolvem atividades de Iniciação Científica. Além disso, o envolvimento de estudantes do Ensino Médio em projetos de pesquisa de professores da UFV reforça a inclusão e o compromisso social da nossa Universidade.

Edital BICJunior 2014

Abertura do Edital PIBIC-EM/CNPq/COLUNI/UFV

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 25/jun/2014 -

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG), da Universidade Federal de Viçosa, torna público o lançamento do presente Edital e faz saber aos interessados que estarão abertas, de 25 de junho a 12 de julho de 2014, as inscrições para a seleção de orientadores/projetos e de bolsistas de iniciação científica do PIBIC-EM (CNPq).

O objetivo do PIBIC-EM é fortalecer o processo de disseminação das informações e conhecimentos científicos e tecnológicos básicos, bem como desenvolver as atitudes, habilidades e valores necessários à educação científica e tecnológica dos estudantes do Ensino Médio ampliando sua formação e permitindo que mantenham contato com um projeto científico, despertando o interesse pela pesquisa científica. Os projetos submetidos, pelos orientadores, deverão ter um caráter de formação e nível de execução compatível com alunos do ensino médio.

Edital PIBIC-EM/CNPq/COLUNI/UFV

Teste para diagnóstico imediato da dengue e vacina contra a doença são desenvolvidos na UFV

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 23/jun/2014 -

por Elaine Nascimento

Tendo em vista que um diagnóstico rápido e confiável de um caso de dengue é essencial para orientar o tratamento de um paciente, pesquisadores da UFV estão desenvolvendo um kit que permite diagnosticar a dengue de forma imediata, com baixo custo e alta precisão. A equipe liderada pelo professor do  Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural, Sérgio Oliveira de Paula, desenvolveu um teste com antígeno obtido por meio da expressão de proteínas em leveduras. O teste consiste numa tira impregnada com antígeno, que em contato com o sangue do paciente, reage indicando na hora a ocorrência ou não da dengue.

O diagnóstico utiliza o método de imunocromatografia e segue o mesmo princípio do teste de gravidez, onde a alteração da cor da tira indica o resultado. O professor Sérgio explica que o teste é bem simples mesmo: “só pegar o soro do paciente, colocar essa tirinha e ver se deu positivo ou negativo. O teste pode ser feito por qualquer pessoa, em qualquer lugar, não precisa ser num ambulatório ou ter um especialista para saber o resultado”. O pesquisador destaca que essa resposta rápida ao paciente é necessária devido ao risco da dengue hemorrágica, uma forma mais grave da doença, que se não for tratada rapidamente pode levar à morte. De acordo com o professor Sérgio, a produção dos testes tem um baixo custo, permitindo a realização do diagnóstico em larga escala em todo o  Brasil, inclusive, em regiões mais afastadas dos grandes centros.

Hoje, no país, os antígenos usados para diagnóstico da dengue são obtidos a partir do cérebro de camundongos, “um processo caro e laborioso” – explica o pesquisador. O diagnóstico é feito pelo teste sorológico MAC-ELISA, coletado após o sexto dia do início dos sintomas. É necessário aguardar esse período para realizar o exame porque é o tempo que o organismo leva para produzir o anticorpo, que é a molécula que vai permitir detectar se o indivíduo está ou não com dengue.

Já o teste que está sendo desenvolvido no Laboratório de Imunovirologia Molecular da UFV não precisa esperar todo esse tempo. Ao aparecer os primeiros sintomas, ele já pode ser feito.  Segundo o professor Sérgio, a pesquisa, além de propor um novo teste, pode aprimorar o exame já utilizado para diagnóstico. De acordo com o pesquisador, o antígeno obtido por meio da expressão de proteínas já foi testado no MAC-ELISA e aplicado em seres humanos, com respostas muito satisfatórias.

Vacina de subunidade tetravalente

A dengue é transmitida através da picada de mosquitos do gênero Aedes e a principal medida de controle da doença é o combate a esse vetor. Contudo, com a chuva, o  número de vetores aumenta e, consequentemente, o número de casos também. Pensando no efetivo controle da doença, a equipe do professor Sérgio vem se dedicando à produção de uma vacina tetravalente contra os vírus dengue. A vacina gera uma proteína recombinante (com sequência dos quatro sorotipos do dengue). Além da proteção da proteína, a vacina contém adjuvantes genéticos, que são substâncias que potencializam o sistema imune, ajudando a  melhorar a resposta da pessoa.

De acordo com o pesquisador, existem no mercado em fase de teste, vacinas de vírus atenuados. Mas essas vacinas provocam muitos efeitos colaterais. A pessoa vacinada manifesta sintomas como se estivesse infectada com o vírus dengue, por isso essas vacinas não estão em uso. Já as vacinas de subunidades são potencialmente mais seguras, mais estáveis, facilmente administráveis e vem apresentando bons resultados contra diversas doenças infecciosas. A vacina tetravalente contra os vírus dengue que está sendo produzida na UFV “apresenta poucos efeitos colaterais e se mostra economicamente viável para a escala industrial. Já foram feitos testes em camundongos e as respostas obtidas até agora são promissoras” – afirma o professor.

Método simples, barato e seguro recupera ouro e outros metais do lixo eletrônico

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 11/jun/2014 -

por Elaine Nascimento

Ouro, prata, bronze, níquel, zinco e vários outros metais presentes em aparelhos eletrônicos e equipamentos de informática, e que acabam virando lixo, podem ser totalmente recuperados. De acordo com os professores do Programa de Pós-Graduação em Agroquímica da UFV, Luis Henrique Mendes da Silva e Maria do Carmo Hespanhol da Silva, “é possível recuperar esses metais com 100% de aproveitamento, utilizando sistemas aquosos bifásicos (SABs), um método economicamente viável, eficiente e que não causa danos à saúde e nem ao meio ambiente”. A recuperação dos metais evita que novos elementos sejam retirados da natureza, diminui a contaminação decorrente do descarte inadequado desse lixo e traz ganhos econômicos ao colocar de volta ao ciclo de produção recursos que já foram extraídos.

Os pesquisadores Luis Henrique e Maria do Carmo avaliam que a  retirada de metais da natureza pela indústria tem um fortíssimo impacto ambiental. Eles projetam que dentro de 30 a 40 anos terá um esgotamento de várias  fontes  e esses minerais vão estar por aí, dispostos no meio ambiente em produtos. Portanto, é um desafio estratégico ser capaz de criar métodos de recuperação que sejam simples, baratos e que não coloquem em risco a saúde das pessoas que vão aplicar. E os SABs atendem a todos esses requisitos

Com uma experiência de mais de doze anos aplicando esses sistemas, os pesquisadores explicam que os SABs podem ser utilizados para extrair vários materiais. Contudo, os resultados mais interessantes foram obtidos em aplicações para purificar metais. O sistema aquoso bifásico é formado em sua maior parte por água misturada com pequenas quantidades de sal inorgânico e polímero. Os pesquisadores explicam que se “você pegar um copo de água, adicionar sal e polímero, que é um pozinho branco,  e agitar, o sistema fica turvo como leite. Passados de 20 a 30 segundos, o sistema se separa em duas fases. Quando você coloca um extrato produzido a partir da abertura de uma placa metálica dentro desse sistema, o íon ouro extraído fica todo na parte de cima, e os outros metais ficam embaixo”.

Na prática a aplicação dos SABs seria assim: primeiramente a placa de metal deve ser triturada num moinho. Em seguida, deve ser tratada em ácido clorídrico, que dissolve essa placa formando um líquido colorido. Esse líquido tem quase 90% de água, basta acrescentar o polímero e o sal, que o sistema se separa em duas fases. O ouro vai puro para a fase rica em polímero e os outros elementos como o cobre, ferro, níquel, ficam na fase rica em sal. Para esses metais que ficaram embaixo, basta preparar outro sistema aquoso bifásico para cada um deles, trocando o polímero e o sal. Assim, se consegue purificar todos os metais com muita eficiência.

Além da alta precisão na extração dos metais, de acordo com os pesquisadores, o método é muito simples de ser aplicado: “Não precisa ser químico ou outro especialista. Com meia hora de treinamento, qualquer pessoa está preparada para aplicá-lo e sem correr nenhum risco porque não é tóxico”.  Diferentemente de outros métodos de extração, o sistema aquoso bifásico não causa nenhum dano à saúde. De acordo com os professores, é possível, por exemplo, extrair ouro com hexano e água, mas para isso é preciso usar um solvente altamente tóxico e exige toda uma formação por parte de quem vai aplicar.

A fácil aplicação do sistema aquoso bifásico vem atender à necessidade de se aproveitar ao máximo o lixo eletrônico disponível, independentemente de onde ele esteja: “Um indiano, um chinês ou um americano pode fazer. Já se gastou energia e recurso levando esses produtos onde eles se encontram. Não é economicamente viável concentrar todos esses materiais num único lugar para fazer o processamento. É interessante que a recuperação dos metais seja feita onde os produtos estão”.

A literatura indica que utilizando SABs, tudo o que acontece num béquer, em nível de laboratório, acontece em grande escala. Desde 2011, a equipe dos professores Luis Henrique e Maria do Carmo desenvolve um projeto em parceria com a Vale, baseado nesse método de purificação de metais.  A empresa está requerendo as patentes da aplicação desse sistema. “Eles sabem que estão trabalhando com uma pesquisa extremamente estratégica, vão fazer uma mineração de segunda ordem, extraindo metal dos produtos. Imaginamos que essa tecnologia será absorvida pela Vale” – avaliam os pesquisadores.

Além dos benefícios ambientais e econômicos do método, os professores manifestam uma preocupação pessoal no que se refere aos benefícios socais que a aplicação da pesquisa pode trazer: “Nós gostaríamos muito que fosse uma tecnologia para pessoas carentes porque mudaria bastante a relação de forças econômicas, daria oportunidade para pessoas socialmente desguardadas. Imagina se uma comunidade de catadores de lixo em Bagdá, Aracajú, Piauí ou qualquer outro lugar, puder acessar os lixos eletrônicos e, utilizando recipientes simples para aplicar o sistema aquoso bifásico, obter metais valiosos? Para nós, como cientistas e seres humanos, iria ser uma grande felicidade. Mas nós sabemos que há todo um processo de pesquisa árduo para isso se tornar realidade”.