Arquivo de 2015

Pesquisadores da UFV cultivam no esgoto matéria-prima para produzir bioenergia

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 04/mar/2015 -

por Elaine Nascimento

Microalgas para tratar o esgoto doméstico e, simultaneamente, fornecer matéria-prima para produção de biocombustíveis. Essa é uma das linhas de investigação do Núcleo de Pesquisas Ambientais Avançadas (nPA) da UFV. O grupo coordenado pela professora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Maria Lúcia Calijuri, desenvolve pesquisas sobre aproveitamento e cultivo de microalgas em lagoas de alta taxa.

_DSC7773Equipe coordenada pela professora Maria Lúcia Calijuri (ao centro).

Devido ao seu potencial de aproveitamento como matéria-prima para diferentes formas de biocombustíveis, como biogás, biodiesel e bioetanol, microalgas vêm sendo alvo de diversas pesquisas em nível mundial. Elas apresentam vantagens em relação a outras fontes renováveis. Diferente de culturas terrestres como, por exemplo, soja e cana-de-açúcar, microalgas crescem rápido, com ciclo contínuo de colheita, e podem ser cultivadas em pequenos espaços, não concorrendo com a produção de alimentos.

A proposta dos pesquisadores da UFV é aproveitar as microalgas que já crescem naturalmente nos efluentes, intensificando a sua produção e, ao mesmo tempo, aumentando a eficiência do tratamento de esgoto. Para isso, eles utilizam, em escala piloto, “um sistema de tratamento de água residuária e de produção de biomassa algal”, chamado lagoa de alta taxa. De acordo com o estudante do doutorado em Engenharia Civil, Eduardo de Aguiar do Couto, “se comparadas às lagoas convencionais de tratamento de esgoto, as lagoas de alta taxa, com o revolvimento contínuo do efluente, proporcionam melhores condições para o crescimento das microalgas”.

_DSC7779Sistema de lagoa de alta taxa em escala piloto.

Apesar de comprovada a eficiência das microalgas para a produção de biocombustível, o Brasil ainda não produz esse tipo de combustível em larga escala. A também estudante de doutorado e integrante do nPA, Paula Peixoto Assemany, destaca que “tecnicamente é viável a produção de biocombustíveis utilizando microalgas. O que se busca agora é a viabilidade econômica. Assim, a utilização de esgoto doméstico vem para diminuir os custos com insumos, como água potável e fertilizantes”.

Além da possibilidade de fortalecer a matriz energética do Brasil, a aplicação dessa tecnologia poderia contribuir para mitigação de um dos principais problemas de infraestrutura do país, a falta de saneamento básico. Microalgas auxiliam no tratamento de esgoto, pois são capazes de remover matéria orgânica e nutrientes dos efluentes. Paula afirma que “por serem de fácil operação e possuírem baixo custo de implantação e operação, as lagoas de alta taxa podem ser aplicadas em diversas situações, adequando-se à realidade de várias regiões do país”.

Utilizando esgoto sanitário como meio de cultivo, as pesquisas desenvolvidas na UFV consideram o desenvolvimento de um consórcio de microalgas. As lagoas de alta taxa são sujeitas a diversos fatores ambientais, o que dificulta o cultivo de uma espécie isoladamente e em condições controladas de crescimento.

Microalgas crescem naturalmente em águas com grandes quantidades de nutrientes e luz solar. De forma a otimizar as condições de cultivo visando maior produtividade, os pesquisadores da UFV avaliaram a produção de microalgas em lagoas de alta taxa utilizando telas de sombreamento para obter diferentes níveis de radiação solar. Eles também avaliaram a possibilidade de se incluir um processo de pré-desinfecção ultravioleta antes das lagoas, com o intuito de reduzir a competição por espaço e nutrientes, e assim propiciar o maior crescimento das microalgas. Essas pesquisas deram origem à tese “Avaliação do desempenho de lagoas de alta taxa no tratamento de esgoto pré-desinfectado submetidas a diferentes níveis de radiação solar”. Produzido pelo então estudante da UFV, Aníbal da Fonseca Santiago, o trabalho recebeu a menção honrosa do Prêmio Capes de Tese 2014, da área de Engenharias I.

Especialista da UFV garante: plantas daninhas podem ser a salvação da lavoura

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 04/fev/2015 -

por Elaine Nascimento

Diferente do que se pensava antigamente, planta daninha não é um mal a ser combatido, mas um elemento a ser manejado e integrado a outros fatores na agricultura. Com o manejo integrado de plantas daninhas é possível “reduzir o uso de agrotóxicos e minimizar os riscos de impacto ambiental, no que se referem à contaminação do solo, da água e dos alimentos pelos herbicidas”. Quem afirma é o professor do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFV, Antônio Alberto da Silva, que lidera o grupo de pesquisa Manejo Integrado de Plantas Daninhas, envolvendo pesquisadores dos departamentos de Fitotecnia, Química e Microbiologia da UFV.

Equipe Laboratório Plantas Daninhas UFVLaboratório de Manejo Integrado de Plantas Daninhas, no Departamento de Fitotecnia da UFV.

De acordo com o professor Antônio Alberto, os estudos “visam conhecer as interações  dos herbicidas com o ambiente quanto à sorção, dessorção, persistência e lixiviação desses agrotóxicos em diferentes solos do Brasil, bem como conhecer os impactos desses compostos sobre a associação de microrganismos e plantas daninhas na degradação de poluentes do solo”.

Conhecendo os atributos do solo e o clima da região, é possível informar ao produtor se o herbicida que ele pretende aplicar é seguro do ponto de vista agronômico e ambiental. Segundo o pesquisador da UFV, “em solos contaminados com herbicidas, é possível recomendar o cultivo de plantas com alta capacidade de se associar a microrganismos que aceleram a degradação desses agrotóxicos no ambiente”.

O pesquisador destaca que no Brasil é comum a utilização de agrotóxicos que apresentam longa persistência no ambiente, em diversas culturas, áreas de reflorestamento e pastagens. Assim, “é de fundamental importância a aplicação adequada desses compostos para garantir a qualidade final dos produtos colhidos e os recursos naturais que sustentam a produção, especialmente, a biodiversidade, o solo e a água”.

Para se ter ideia dos benefícios do manejo integrado de plantas daninhas na agricultura, o professor Antônio Alberto cita o exemplo de uma lavoura de café na região da Zona da Mata mineira. Segundo o especialista, fazendo o manejo das plantas daninhas na lavoura, a cultura passou a receber apenas uma aplicação de herbicida por ano. Antes, eram feitas mais de sete aplicações no mesmo período.

Apesar dos benefícios, ele destaca que o manejo de plantas daninhas enfrenta resistência por parte dos produtores. Ainda persiste aquela visão do passado de que toda planta que não seja a cultura de interesse deve ser eliminada da lavoura. E para isso, os agricultores lançam mão dos herbicidas. Com um apelo imediato, eles querem um produto que seja eficiente, de baixo custo e fácil de aplicar. Esse cenário aliado à pressão das empresas que atuam no setor impulsiona o uso de agrotóxicos.

Mas o professor Antônio Alberto acredita que uma mudança de paradigma vem ocorrendo aos poucos. O manejo integrado vem ganhando espaço devido às suas vantagens. De acordo com o pesquisador, a permanência de plantas daninhas na lavoura de café sob manejo adequado,  forma uma cobertura verde no período chuvoso, que possibilita maior infiltração da água no solo, evitando-se a erosão. No início da época da seca, as plantas daninhas são mortas, formando uma camada de palha na superfície, que irá contribuir para a manutenção da umidade e temperatura do solo. Além disso, os gastos do produtor com compostos químicos e os impactos ambientais são reduzidos, e ocorre a ciclagem dos nutrientes, que voltam para o solo, mantendo a sua fertilidade. Tudo isso vem colaborar para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.

Pesquisa Plantas Daninhas UFV

Parceria entre UFV e Ghent University concede a estudante brasileiro título de doutor no Brasil e na Bélgica

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 20/jan/2015 -

por Elaine Nascimento

Em parceria com a Ghent University, a UFV realizou mais uma defesa de tese em cotutela com dupla diplomação. O estudante do Programa de Pós-Graduação em Entomologia, Wagner Faria Barbosa, defendeu a tese “Toxicity of reduced-risk (bio)pesticides on non-Apis bees”, alcançando ao mesmo tempo o título de doutor pela UFV e pelo programa de Ciências Biológicas Aplicadas, da Ghent University (Bélgica).

Banca defesa Wagner Faria BarbosaParticipantes da defesa: Guy Smagghe (Ghent University, Bélgica), Lessando Gontijo (UFV, Florestal), Wagner Faria Barbosa, Maria Augusta L. Siqueira (UFV), Raul Narciso Guedes (UFV), Terezinha Della Lucia (UFV) e Chris Cutler (Dalhousie University, Canadá).

A cotutela permite ao doutorando fazer a sua tese sob a responsabilidade de dois orientadores. O estudante defende a tese uma única vez e recebe a titulação dos dois países. O estudante Wagner Barbosa contou com a orientação, no Brasil, do professor Raul Narciso Guedes e, na Bélgica, do professor Guy Smagghe. O professor Guy orientou o estudante durante o doutorado sanduíche na Ghent University e veio ao Brasil para compor a banca de defesa de tese realizada na UFV, no dia 8 de janeiro.

Além da dupla diplomação de Wagner, segundo o professor Raul Narciso Guedes, a parceria firmada com a Ghent University gerou também a prospecção de outras iniciativas com mais colegas da UFV e o início de uma série de trabalhos com pesquisadores da universidade belga.

Internacionalização

A UFV tem realizado frequentemente várias ações visando intensificar a sua internacionalização. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Eduardo Seiti Mizubuti, afirma: “Juntamente com a Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI), realizamos viagens buscando parcerias, recebemos delegações estrangeiras, promovemos em 2014 dois workshops internacionais, participamos de eventos em que instituições de vários países estão presentes, incentivamos os programas de pós-graduação a buscarem parcerias e oferecemos suporte aos interessados”.

A defesa em cotutela com dupla diplomação em parceria com a Ghent University foi a terceira realizada na UFV. Anteriormente, duas defesas dessa natureza ocorreram entre o Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFV e o programa Vie-Agro-Santé, do Agrocampus Ouest de Rennes (França). Em breve, outras defesas deverão ocorrer. A UFV tem convenções firmadas com a University of Queensland (Austrália), Universidad de Valladolid (Espanha) e AgroCampus Ouest de Rennes.

O pró-reitor avalia que “parcerias com outras universidades do mundo é um avanço muito grande para a maior inserção internacional dos programas de pós-graduação da UFV e uma oportunidade excelente para a formação diferenciada dos doutores”.

 Raul Guedes, Wagner Barbosa e Guy SmaggheO estudante Wagner Faria Barbosa e seus orientadores, os professores Raul Narciso Guedes (UFV) e Guy Smagghe (UGent).

Conheça algumas das principais pesquisas que estão sendo desenvolvidas na UFV

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 15/jan/2015 -

por Elaine Nascimento

Em 2014, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG) realizou uma série de matérias sobre as principais pesquisas em curso na UFV. Antes de retomar a divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelos demais programas de pós-graduação, a PPG relembra os principais assuntos abordados ao longo do ano passado. Confira nos links abaixo e não deixe de acompanhar em breve as novidades que serão divulgadas por aqui, no Facebook e também no Twitter.

Pesquisas desenvolvidas na UFV