O que está por trás de um bom conceito

20 de janeiro de 2014


 por Elaine Nascimento

O resultado da Avaliação Trienal 2013 revelou melhoria da produção científica e da formação de pesquisadores na UFV. Treze cursos elevaram o seu conceito na CAPES. A conquista de melhores notas demonstra aumento da qualidade da pós-graduação e reflete uma série de ações desenvolvidas em cada curso East Inflatable Rentals.

Com os novos números divulgados pela CAPES, atualmente, 25% dos cursos da UFV obtiveram as notas máximas. Onze cursos receberam conceitos 6 e 7. Em 2013, os programas de Ciência Florestal, Engenharia Agrícola, Fitotecnia e Medicina Veterinária também foram reconhecidos como sendo de excelência internacional. Eles se juntaram aos programas de Entomologia, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia, Genética e Melhoramento, Microbiologia Agrícola, Solos e Zootecnia, que já tinham os conceitos mais altos na CAPES.

De 5 para 6

Para a coordenadora do Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola, Leda Faroni, a atualização do regimento do Programa baseado nos critérios de avaliação da CAPES foi fundamental para a obtenção do conceito 6. Outra ação que ela destaca é a inclusão de um professor da Universidade de Illinois ao corpo de orientadores, contribuindo para a internacionalização do Programa.

A professora Leda considera que a elaboração de um bom relatório é muito importante. Ela afirma que o relatório da Engenharia Agrícola foi ajustado aos critérios utilizados no triênio passado. Mas a professora Leda faz um alerta: “um conceito não se constrói em três anos.”. Na Engenharia Agrícola, desde que a professora reassumiu a coordenação do Programa, em 2008, todo o trabalho passou a ser direcionado à Avaliação Trienal. Neste contexto, ela enfatiza o papel da comissão coordenadora do Programa, que com o seu envolvimento contribuiu muito para o êxito do processo.

Além disso, a professora Leda conta que tomou como referência os programas de excelência da UFV. “Sempre busquei me espelhar nos programas que estavam acima do meu, sobretudo, me espelhei na Entomologia, programa do qual também sou orientadora, e na Fitopatologia” – completa.

De 4 para 5

Além dos programas de excelência, outros cursos na UFV também elevaram o conceito. Um exemplo, foi o Programa de Ciência da Nutrição, que subiu o seu conceito de 4 para 5, nota que é atribuída àqueles que apresentam um desempenho muito bom. De acordo com a coordenadora do programa, Josefina Bressan, se comparado a 2010, o grande diferencial desta avaliação para a Ciência da Nutrição foi a publicação.

O programa intensificou a produção científica, priorizando publicações em periódicos de estratos A1, A2 e B1. Para isso, ela afirma que foi imprescindível a aprovação de um projeto no Funarpós (Programa da Funarbe de Apoio à Pós-Graduação da UFV). Os recursos do projeto foram todos investidos para viabilizar publicações. Aliado à ampliação, foi incentivada a participação discente nas publicações.

As atividades voltadas para a internacionalização também favoreceram o bom desempenho do Programa de Ciência da Nutrição: convênios no exterior, pesquisadores visitantes, estudantes fazendo intercâmbio e o estímulo para que os docentes façam pós-doutorado fora do país.

A professora Josefina considera que o fato de 80% dos docentes permanentes do Programa ter bolsa de produtividade foi muito relevante. Ela também destaca a redução do tempo de titulação dos estudantes, acelerando o processo de formação de recursos humanos. Com relação aos egressos do Programa, a coordenadora informa que 90% estão em instituições de ensino superior.

A exemplo do Programa de Ciência da Nutrição, o Programa de Estatística Aplicada e Biometria também elevou o seu conceito para 5. Segundo o coordenador, Antônio Policarpo Souza Carneiro, o conceito maior é resultado do trabalho não apenas da sua gestão, iniciada em junho de 2013, mas se deve também ao trabalho das coordenações anteriores, lideradas pelos professores Luiz Alexandre Peternelli e Gerson Rodrigues dos Santos.

Na avaliação do atual coordenador, o investimento em publicações foi um das principais ações. O professor Policarpo destaca que os recursos do PROAP (Programa de Apoio à Pós-graduação) foram todos investidos em publicações de artigos e de trabalhos em anais de congressos, estimulando também a participação dos estudantes em eventos científicos.

O professor Policarpo acredita que a participação no Programa PAEC-OEA ajudou bastante para a internacionalização do Programa de Estatística Aplicada e Biometria. Ele também destaca o incentivo para que os docentes façam pós-doutorado no exterior. Outro ponto relevante é o envolvimento dos colaboradores do programa. Policarpo assegura que o papel da secretária, Carla Zinato Campos, foi fundamental. “Ela é muito eficiente e com certeza se não tivesse o seu envolvimento teríamos perdido prazos”.

De 3 para 4

Em 2013, a UFV elevou o número de cursos com conceitos 4, também considerado um bom desempenho. Este foi o caso do mestrado em Economia, que subiu de 3 para 4. Vale lembrar que cursos apenas de mestrado podem obter no máximo conceito 5.

A coordenadora do mestrado em Economia, Silvia Harumi Toyoshima, afirma que o curso se esforçou para estimular as publicações de docentes e discentes, e para aumentar a participação em congressos, sobretudo, de estudantes. Houve alteração no processo seletivo dos mestrandos. As disciplinas foram reestruturadas para melhorar o conteúdo. As instalações estão sendo ampliadas. E buscando aumentar a visibilidade, o site do curso foi reformulado.

A professora Silvia avalia que o Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável (IPPDS) contribuiu bastante para fortalecer as pesquisas em parcerias com outros departamentos da UFV e com outras instituições. A realização de um evento de abrangência nacional como o Seminário de Desenvolvimento e Políticas Públicas, que em 2013 teve a sua quarta edição, também colaborou para o bom desempenho do curso. Outro ponto que favoreceu foi o fortalecimento das linhas de pesquisa, com foco para determinados temas e metodologias, num trabalho conjunto entre os docentes.

Para a coordenadora, “o Coleta (sistema informatizado desenvolvido pela CAPES para coletar informações dos cursos de pós-graduação) é um aprendizado”. Em 2013, ela acredita que o seu preenchimento foi muito bem feito e destaca o comprometimento da secretária do curso, que buscou auxílio de profissionais mais experientes para preencher o questionário.

Silvia revela que no mestrado em Economia eles estimulam um ambiente cooperativo, onde todos estão mobilizados pela melhoria do curso e ressalta: “Inclusive, os alunos trabalharam muito para elevarmos o conceito. Entre os professores não existe competição predadora, todos têm um objetivo comum” – ela conclui.