8 de maio de 2015
A UFV assinou dia 30 de abril, uma parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) que pode dar origem a um processo industrial mundial para produção de Hidroximetilfurfural (HMF) a partir de biomassa de celulose.
O convênio foi assinado pelos professores Fábio de Ávila Rodrigues, do curso de Engenharia Química e Reinaldo Francisco Teófilo, do curso de Química e irá permitir equipar laboratórios e investir na formação de estudantes e pesquisadores.
O convênio foi assinado com a UFV porque os dois professores apresentaram projetos de pesquisa que envolve o uso do Nióbio (Nb), um elemento químico usado principalmente em ligas de aço para a produção de tubos condutores de fluidos e, esqueletos de avião e de carros e imãs supercondutores de equipamentos de imagem por ressonância magnética.
A ciência já sabe que compostos de nióbio são capazes de converter biomassa em HMF e ácido levulínico, usado na fabricação de medicamentos, mas isso ainda só é possível em pequena escala, em laboratórios. Um processo de produção eficiente e em grande escala pode criar uma nova indústria no país. O Brasil já é o maior produtor de nióbio do mundo e a multinacional brasileira CBMM é o mais importante fornecedor mundial de nióbio e da tecnologia do nióbio.
O mercado tem interesse porque o HMF é a base para fabricação de produtos que hoje dependem do petróleo como e polímeros, solventes. Por sua vez, o ácido levulínico, é um químico altamente versátil, com diversas aplicações industriais, como produção de resinas, fármacos, plastificantes, tecidos, biocombustíveis, entre outros.
Serão duas pesquisas diferentes. O professor Reinaldo Teófilo está em busca de um novo processo para conversão de material lignocelulósico em HMF e ácido levulínico, ou seja, criar uma nova rota química para produção do composto que pode ser mais eficiente do que a já conhecida. O professor Fábio Rodrigues quer mostrar a viabilidade do processo industrial. Isso significa testar condições reacionais, definir equipamentos e testar a viabilidade econômica de produção de HMF. Se tudo der certo, o Brasil será um dos poucos países com domínio da tecnologia para produzir compostos químicos que podem substituir o petróleo na produção de derivados de alto valor econômico.
(Léa Medeiros)