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Pesquisa gera simulador para usinas fotovoltaicas

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 21/jun/2017 -

A modernização dos estádios foi uma das boas heranças da Copa do Mundo. O Mineirão, por exemplo, agora é abastecido com a luz solar que o Brasil tem de sobra. Além da economia, o projeto, que envolve mais de 5.800 painéis solares, quer ser um exemplo de que a energia fotovoltaica é viável em obras de grande porte. Porém, novidades de grande escala como esta ainda geram apreensão quanto à sustentabilidade dos projetos, quando interligados aos sistemas tradicionais. Agora, um modelo de simulação criado por um professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFV promete dar mais agilidade à conexão de sistemas elétricos diferentes, com a segurança que as grandes redes necessitam.

O modelo, desenvolvido pelo professor Heverton Pereira (foto) foi publicado no International Journal of Electrical Power & Energy Systems, um periódico científico de alto impacto nas engenharias. O trabalho foi realizado a partir do estudo de caso do estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Ele explica que a usina fotovoltaica do Mineirão gera 1,4 MW em horários de pico do sol. É o suficiente para abastecer um bairro de mais de 1.200 pessoas. O problema é que as usinas fotovoltaicas têm muita variação de energia. Depende dos dias de sol, da presença de nuvens, chuva e outros fatores climáticos. Por isso, o sistema, que pertence à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), é conectado à rede elétrica tradicional de geração de hidrelétricas, compensando as variações por excesso ou perda de energia. Conectados, os dois sistemas geram estabilidade.

Segundo Heverton, o Brasil possui apenas 45 usinas fotovoltaicas de grande porte instaladas, gerando 27 MW em horários de pico. Mas o interesse de grandes empresas é crescente, à medida que a tecnologia se desenvolve. O problema é que para dar segurança a rede, é preciso simular o impacto das tensões e distorções, os harmônicos, no sistema. “Este é um processo ainda muito lento e é uma exigência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O simulador, desenvolvido pela nossa equipe, é uma ferramenta pra que as empresas apresentem os estudos à Aneel, acelerando o processo de autorização e evitando futuros problemas de projeto”, disse Heverton.

O modelo de simulação foi desenvolvido em parceria com a Aalborg University, na Dinamarca e a École Polytechnique Fédéralef de Lausanne, na Suíça, com a UFMG e o Cefet-MG e está disponível aos interessados. Mais informações podem ser obtidas no site da Gerência de Especialistas em Sistemas Elétricos de Potência (Gesep), www.gesep.ufv.br.

Léa Medeiros
Divulgação Institucional

O modelo foi construído a partir da experiência do Mineirão

O modelo foi construído a partir da experiência do Mineirão

UFV obtém patente de vacina nos Estados Unidos

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 21/jun/2017 -

Uma vacina genuinamente brasileira, criada por pesquisadores da UFV para imunizar suínos contra o vírus PCV2, acaba de ser patenteada nos Estados Unidos. Esse vírus ataca granjas em todo o mundo, causando definhamento dos leitões e prejuízos aos produtores. Até agora, as vacinas disponíveis no Brasil para prevenção das infecções são importadas e muito caras. A mais barata e eficiente está em fase de escalonamento industrial e deverá chegar ao mercado até 2019.
A vacina é fruto de mais de 15 anos de trabalho das equipes coordenadas pelos professores Márcia Rogéria de Almeida Lamêgo, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (DBB/Lima/Bioagro), e Abelardo Silva Júnior, do Departamento de Veterinária (DVT). Para chegar ao produto, os pesquisadores isolaram e sequenciaram o DNA de um genótipo viral considerado o mais patogênico e amplamente distribuído nas granjas brasileiras e em outros países. Os resultados obtidos nas provas de campo, em camundongos e suínos naturalmente infectados, mostraram que o protótipo desenvolvido tem eficiência superior às vacinas importadas disponíveis no mercado brasileiro.
Outro mérito da pesquisa é que o sequenciamento do DNA do vírus foi o primeiro da América Latina a ser depositado e disponibilizado no GenBanke, um banco de dados de sequências genéticas de seres vivos e de aminoácidos do Centro Nacional de Informação Biotecnológica, dos Estados Unidos. O desenvolvimento da tecnologia vacinal do PCV2 foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Depois de testada, a tecnologia da vacina foi apresentada a diversas empresas especializadas em sanidade animal no Brasil. A Ourofino Saúde Animal Ltda. apresentou a melhor proposta para a UFV e, desde 2013, está realizando as adaptações para produção em escala industrial. “Nós estamos acompanhando tudo e dando continuidade às pesquisas para esta adaptação. Sabemos que o tempo da academia é diferente do tempo da empresa e o processo de transferência é lento”, diz a professora Márcia Rogéria.
Em 2013, foi firmado um contrato de licença para a exploração da patente entre UFV, Fapemig e Ourofino com a interveniência da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) para a transferência de tecnologia. Naquele mesmo ano, foram aprovados junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com contrapartida da Ourofino, recursos para determinar as condições de produção em larga escala da proteína do capsídeo viral do PCV-2 recombinante, avaliação de formulações vacinais e registro do produto desenvolvido (formulado vacinal) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para comercialização.
Os pesquisadores da UFV também desenvolveram e repassaram à empresa um kit para avaliar as vacinas. A professora Márcia explica que os lotes de vacinas podem ser diferentes. Por isso, os kits permitirão quantificar a concentração do antígeno presente em cada lote, garantindo que o suinocultor está comprando vacina com eficiência assegurada.
O pedido de patente foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em 2013, em nome da UFV, Fapemig e da empresa que fará a produção. A patente brasileira ainda não está liberada. O pedido de patenteamento como produto brasileiro também foi realizado em outros países como Uruguai, Argentina, China, Rússia, Colômbia e México, além da Comunidade Europeia. Os Estados Unidos foram o primeiro país a conceder o pedido de patente.
As pesquisas que originaram a vacina foram resultantes de uma tese de doutorado, 12 dissertações de mestrado dos programas de Pós-graduação em Bioquímica Aplicada e em Medicina Veterinária e projetos de Iniciação Científica com defesa de monografia. Todos os participantes são considerados inventores no registro da patente.
A Comissão Permanente de Propriedade Intelectual (CPPI) teve participação ativa para a obtenção da patente nos Estados Unidos, auxiliando na elaboração de documentos para o depósito, na adequação do pedido à legislação americana de patentes e nas negociações do licenciamento da tecnologia. A UFV já tem 25 patentes registradas no Brasil e seis no exterior, duas delas nos Estados Unidos. Há 168 produtos desenvolvidos na Universidade que já estão em fase de patenteamento no Brasil e 25 no exterior.

Léa Medeiros
Divulgação Institucional

Eliseu Alves é o mais novo Doutor Honoris Causa da UFV

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 29/maio/2017 -

O ex-estudante da UFV Eliseu Roberto de Andrade Alves é o mais novo Doutor Honoris Causa da Universidade. O título máximo concedido pela instituição a quem realiza contribuições significativas ao país foi entregue dia 19 de maio, no Salão Nobre do campus Viçosa, pela reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares. Parentes, amigos e representantes dos conselhos Universitário e de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFV participaram da sessão solene, acompanhada de perto também por atuais e ex-professores do Departamento de Economia Rural, cujo colegiado indicou o nome de Eliseu Alves para a homenagem, aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário.

O homenageado é engenheiro agrônomo, formado pela UFV em 1954, com mestrado e doutorado em Economia Agrícola pela Purdue University (Estados Unidos), da qual também recebeu o título de Doutor Honoris Causa, em 1985. Eliseu Alves contribuiu para consolidar o serviço de extensão rural em Minas Gerais e no Brasil e foi participante ativo do grupo que reformulou o setor de pesquisa do então Ministério da Agricultura, na década de 1970, culminando na criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ali, atuou como diretor nos seus seis primeiros anos e como presidente de 1979 a 1985.

Toda a trajetória, que inclui ainda a publicação de artigos e livros, foi apresentada aos participantes no panegírico feito pelo pesquisador – e também engenheiro agrônomo pela UFV – Antonio de Padua Nacif, atual gerente executivo do Polo de Excelência em Florestas, vinculado à Universidade e à Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino de Minas Gerais. Após a leitura do currículo de 62 anos de atuação profissional, o homenageado ressaltou: “todo o trabalho relatado deve-se muito à multidão que trabalhou junto comigo”. Ele contou que uma das coisas que aprendeu desde cedo foi misturar a sua individualidade na coletividade. “Essa mistura me ajudou muito a realizar aquilo que Deus tinha como missão para mim na Terra”. Outro ponto ressaltado pelo mais novo Doutor Honoris Causa da UFV para justificar seu extenso currículo foi o fato de ter vivido em uma época “muito propícia à criatividade”.

Agricultura e desafios
Em seu discurso de agradecimento, Eliseu Alves fez uma breve análise da agricultura brasileira. Lembrou que um problema sério existente no Brasil são as imperfeições de mercado. “A pequena produção vende seu produto por um preço muito menor e compra os insumos por um preço muito elevado. Em função disso, temos uma dicotomia na agricultura brasileira. A grande produção pode adotar tecnologia porque venceu, pelos seus métodos, as imperfeições de mercado. A pequena não tem como adotar tecnologia, portanto, não tem como sair da pobreza. Este é o grande dilema da agricultura brasileira”.

Para quem ajudou a construir a história da extensão rural, a avaliação que fica é a de que o conhecimento se difundiu muito bem para o agronegócio diferentemente do que aconteceu com a grande maioria dos agricultores. A consequência está no fato de o país já ter uma agricultura com muita pouca gente residente no campo: “é uma agricultura comandada pelas cidades polos brasileiras e pelo exterior”. Esta situação é bastante diferente da época em que começou sua vida como extensionista, quando a liderança de toda a agricultura era rural, do café com leite de Minas Gerais e São Paulo, que comandava o Brasil política e administrativamente. “Essa liderança hoje saiu do meio rural completamente e se tornou urbana, com métodos e locais de decisão inteiramente urbanos”.

O agora Doutor Honoris Causa disse não temer desafios que se é capaz de numerar. “Não temo a concentração da produção brasileira, que é um grande desafio para a nossa sociedade; não temo o aquecimento global, a falta de água, a competição internacional. A história tem nos ensinado que todos os desafios enumerados e conhecidos foram capazes de ser transportados pela inteligência humana, pela pesquisa, pela dedicação e pelos nossos agricultores. O problema são os desafios ainda não conhecidos”. Consciente da importância das universidades, ele considera que cabe a elas um desafio a mais: “o de tentar descobrir as coisas que ainda não aconteceram. O que está conhecido nós já estamos trabalhando na solução. O problema é o desconhecido que está relacionado, por exemplo, ao fato de termos hoje uma sociedade com 48 mil estabelecimentos comandando toda a produção brasileira. “É isso que queremos?”, questionou. “Nós vamos ter um campo sem cultura rural, que já está morrendo. Um país completamente urbanizado, com agricultura poderosíssima, exportando para o mundo inteiro, mas sem gente para alegrar o ambiente rural. Esta é a luta que temos que enfrentar”.

Eliseu Alves também chamou a atenção para o fato de que universidades, Embrapa e outras instituições que militam na área do conhecimento não podem ter o seu fluxo de recursos interrompido. Bastante aplaudido, ele recomendou que “temos que batalhar junto às autoridades no sentido de mostrar que é um erro dramático cortar recursos de pesquisas de instituições do Brasil. Temos que batalhar com coração, com emoção, mas, sobretudo, com os números. Temos que agir no sentido de transformar em política pública todo o conhecimento que estamos gerando e que é relevante para a sociedade brasileira”.

Para finalizar, lembrou que foi “uma honra enorme receber o título da Universidade Federal de Viçosa. “Eu, minha família e meus amigos estamos muito felizes”. Assumindo sua “fé religiosa muito forte e uma família fantástica”, Eliseu Alves afirmou que nada do que aconteceu com ele foi sem a inspiração de Deus. “Eu não sou capaz de explicar muitas das ideias que tive e muito menos porque fui chamado a operacionalizá-las, mas Deus me ajudou durante a minha vida toda”.

Na UFV
A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares, que entregou ao homenageado a borla, o epitógio e o diploma de Honoris Causa, destacou o momento como ímpar por revelar a função da Universidade, que é formar os alunos e torná-los melhores cidadãos e cidadãs. Na opinião dela, Eliseu Alves é um exemplo, pois “foi uma pessoa que adquiriu o conhecimento na UFV e saiu Brasil afora para transformar e beneficiar especialmente aqueles que não tinham condição de buscar esse conhecimento em outras instâncias”. Ao ouvir histórias como a de Eliseu Alves, a reitora se disse orgulhosa e com a certeza de que a UFV trilha o caminho certo.

Vale destacar que Eliseu Alves deixou sua assinatura registrada no Livro de Ouro da UFV e ministrou, na tarde de sexta-feira, o seminário Hipóteses fascinantes sobre a agricultura brasileira, no auditório do Departamento de Economia Rural. A entrega do título no Salão Nobre foi acompanhada pelo vice-reitor João Carlos Cardoso Galvão, que ocupou a mesa oficial juntamente com diretores dos centros de ciências Rubens Alves de Oliveira (CCA), Maria das Graças Soares Floresta (CCH), Miriam Teresinha dos Santos (representando o CCB) e Rogério Fuscaldi Lelis (representando o CCE), e o secretário de Órgãos Colegiados, José Henrique de Oliveira. Aos diretores de centros coube a condução do agraciado até a mesa. Na plateia, dentre os vários convidados estava a diretora de Administração e Finanças da Embrapa e presidente em exercício, Vânia Beatriz Rodrigues Castiglioni. Confira fotografias do evento no link https://goo.gl/photos/Vs1kjp8YnabNK7qCA 

Adriana Passos – Fotos: Reinaldo Pacheco
Divulgação Institucional

Honoris causa

Eliseu Alves com a reitora da UFV, Nilda de Fátima Soares

Pesquisas sobre bioprospecção farmacêutica da biodiversidade da Mata Atlântica

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 29/maio/2017 -

 

Clique aqui para assistir o vídeo e  conhecer um pouco do trabalho do BIOPROS, um programa que reúne diversos pesquisadores da UFV para bioprospecção farmacêutica da biodiversidade da Mata Atlântica. Estes pesquisadores buscam conhecer as substâncias químicas contidas nas mais de 20 mil espécies da Mata Atlântica. ​Elas podem ser a base para a produção de fármacos, cosméticos e agroquímicos de grande interesse para a sociedade. O vídeo foi financiado pelo Edital de Popularização da Ciência, da Tecnologia e da Inovação da Fapemig.

Biopros

Medalha de Ouro Peter H. Rolfs do Mérito em Pesquisa – 2017

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 23/maio/2017 -

Veja o Edital Mérito em Pesquisa 2017

Encontram-se abertas as inscrições para os Editais do PIBIC/UFV 2017/II

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 23/maio/2017 -

Edital PIBIC/UFV 2017/II

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação informa que encontra-se aberto, de 09/05 até às 17h30 do dia 02/06/2017, o período para submissão de propostas ao Edital PIBIC/UFV 2017/II.

PIBIC/UFV 2017/II é composto pelos Editais:

PIBIC/CNPq 2017-2018; onde os orientadores candidatos podem submeter até duas propostas com projetos de iniciação científica diferentes, e os bolsistas a serem indicados deverão possui o CRA mínimo do curso.

PIBIC-Af/CNPq 2017-2018;onde os orientadores candidatos podem submeter até duas propostas com projetos de iniciação científica diferentes, e os bolsistas a serem indicados deverão possui o CRA mínimo do curso e deverão ter ingressado na UFV pelo sistema de cotas (Grupos 1 ao 4).

PIBITI/CNPq 2017-2018; onde os orientadores candidatos podem submeter até duas propostas com projetos de iniciação científica e tecnológica (comprovada a interação com alguma empresa)diferentes, e os bolsistas a serem indicados deverão possui o CRA mínimo do curso.

SICOOB-UFVCredi 2017-2018; onde os orientadores candidatos podem submeter até duas propostas com projetos de iniciação científica diferentes, e os bolsistas a serem indicados deverão possui o CRA mínimo do curso e deverão ter vínculo comprovado com a SICOOB-UFVCredi.

Os orientadores candidatos a bolsa deverão acessar o SISPPG, selecionar o Edital a que pretendem concorrer, verificar as informações contidas no Edital e submeter a inscrição.

No âmbito geral do Edital PIBIC/UFV 2017/II, cada orientador poderá ser contemplado com nomáximo 2 bolsas.

As inscrições estarão abertas de 09 de maio até as 17h do dia 02 de junho de 2017, e a vigência das bolsas é de 01/08/2017 a 31/07/2018.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail ic.ppg@ufv.br, pelos ramais 1681 e 3760, ou na própria PPG, com o Carlos Eduardo ou o Thomás.

UFV se prepara para criação de doutorado em Energia Renovável com universidades do Brics

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 18/maio/2017 -

A UFV deu mais um passo para consolidação de um Programa de Pós-Graduação Internacional em Energia Renovável para integrar a Universidade em Rede do Brics (grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). No início de 2016, a UFV participou do edital lançado pelo MEC e pela Capes propondo a criação deste Programa. Nesta área foram aprovados apenas dois projetos no Brasil, o da UFV e o da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nos dias 11 e 12 de maio, uma Comissão da UFSC esteve em Viçosa para estabelecer ações conjuntas entre os programas de pós-graduação de ambas as instituições.

A comissão da UFSC visitou os Laboratórios de Papel e Celulose, de Painéis e de Energia da Madeira, do Departamento de Engenharia Florestal; de Biocombustíveis, do Departamento de Engenharia Agrícola, e de Cultura de Células e Tecidos Vegetais, do Departamento de Fitotecnia. Estes laboratórios deverão colaborar com as demandas do novo programa de pós-graduação que reúne os departamentos de Engenharia Agrícola, Engenharia Florestal e Fitotecnia em três áreas: Energia da Madeira, Bioenergia de diferentes culturas vegetais, como a cana-de-açúcar, macaúba e soja, e racionalização de energia em processos agrícolas. Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFV, Luiz Alexandre Peternelli, a ideia é iniciar o Programa em nível de doutorado já a partir do ano que vem. Os alunos matriculados poderão cursar disciplinas na UFV, na UFSC e nas universidades que integram a BRICS Network University.

Participaram da reunião em Viçosa a equipe de Coordenação do Programa de Energia Renovável da UFV/ BRICS, formada pelos professores Delly Oliveira Filho e Jorge Luiz Colodette e pelo Pró-Reitor de Pesquisa e de Pós-Graduação Luiz Alexandre Peternelli, o assessor da PPG, Luciano Gomes Fietto, o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Energia da UFSC, Amir Antônio Oliveira, o vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Energia, Mauro Augusto da Rosa e o pró-reitor de Pesquisa e de Pós-Graduação em exercício na UFSC, Hugo Moreira Soares.

Divulgação Institucional

Nova espécie de sapo descrita por pesquisadores da UFV traz referência a grupo de rock

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 17/maio/2017 -

A descoberta de uma nova espécie de sapo na Serra do Brigadeiro (MG) demonstra que o rock’n roll também pode ser fonte inspiradora para a ciência. O inédito Brachycephalusdarkside, apresentado este mês ao mundo científico, traz em seu nome uma referência ao álbum lançado nos anos 1970 pela banda britânica Pink Floyd, que ainda costuma embalar o descanso dos pesquisadores responsáveis pela descoberta.

O nome se deve à presença de um tecido conjuntivo preto que cobre todos os músculos dorsais do sapo, o que confere a ele um diferencial em relação a outros Brachycephalus, um gênero endêmico da Floresta Atlântica brasileira. Se não fosse por essa descoberta que levou a outras, os pesquisadores continuariam considerando que a nova espécie, há algum tempo depositada no Museu de Zoologia João Moojen da UFV (MZUFV), se tratava do sapinho pingo-de-ouro, o Brachycephalus ephippium, já conhecido pela ciência. Espécies desse gênero vivem nas regiões Sul e Sudeste e chamam a atenção por sua coloração aposemática (de alerta) amarelo-laranja brilhante e alto grau de miniaturização. Esses sapos são considerados um dos menores vertebrados do mundo.

A identificação do Brachycephalus darkside sp. nov foi resultado de uma pesquisa conduzida por Carla Silva Guimarães, durante seu mestrado – concluído em 2016, no Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, sob orientação do professor Renato Neves Feio. Carla, que também se graduou em Ciências Biológicas na UFV, conta que, durante o mestrado, optou por “resolver problemas taxonômicos de anfíbios da Serra do Brigadeiro que ainda não tinham uma identidade específica”. O “sapinho dourado”, que era um deles, acabou se tornando o protagonista da pesquisa pelas novidades que revelou.

Por meio da observação externa dos espécimes fixados na coleção do MZUFV, os pesquisadores perceberam uma musculatura interna muito escura no sapinho, jamais observada e descrita em outras espécies. A partir dessa descoberta, Carla iniciou uma série de expedições à Serra do Brigadeiro, para compreender melhor o comportamento e o ciclo de vida do animal. Cada descoberta aumentava a curiosidade e a certeza de que se tratava de uma nova espécie, com várias peculiaridades, que iam além do tecido escuro. Elas passavam também por hábitos, como o de ficar escondido nas camadas de folhas no solo, enterrado em raízes subterrâneas, e ser diurno – diferentemente da maioria dos anfíbios que costuma ser mais ativa à noite.

Para a confirmação da nova espécie, foi preciso ainda realizar comparações com coleções científicas do país. Carla visitou as do Museu Nacional do Rio de Janeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. O resultado de toda a pesquisa, que durou cerca de dois anos, foi apresentado na revista neozelandesa ZooTaxa, no artigo The dark side of pumpkin toadlet: a new species of Brachycephalus (Anura: Brachycephalidae) from Serra do Brigadeiro, southeastern Brazil. Carla assina como primeira autora do trabalho, do qual também participam o professor Renato Neves Feio e os estudantes Pedro Carvalho Rocha (mestrado) e Sofia Luz (graduação).

Apesar de o estudo não trazer uma análise molecular do novo Brachycephalusexigido atualmente na maioria das pesquisas que diferenciam novas espécies –, ele foi muito bem aceito pela comunidade científica, segundo Renato Feio, e bastante elogiado pelo grande número de características identificadas: “levantamos diversos aspectos de morfologia, osteologia, histologia e vocalização, que embasaram muito bem a nossa proposta”. O estudo molecular, conforme o professor, será realizado em uma nova etapa por meio de uma parceria com pesquisadores da Unesp.

Desdobramentos
O novo Brachycephalus é a sexta descoberta feita na Serra do Brigadeiro por pesquisadores orientados por Renato Feio e se soma às mais de 50 espécies que já catalogaram ali – um número alto, segundo o professor, para apenas uma região. Embora o trabalho realizado por ele e seus estudantes seja basicamente o da busca por novas espécies de anfíbios e répteis nas matas – o que a ciência chama de Método de Procura Ativa – e sua descrição, uma descoberta dessa natureza pode abrir importantes perspectivas para outras áreas, como a farmacologia, em função das toxinas que o sapo tem na pele. Contudo, independentemente de aplicabilidade, o grande ganho, na concepção de Renato Feio, é entender melhor uma espécie e estudar algumas questões relacionadas à conservação. “A Serra do Brigadeiro está servindo de proteção para este bicho. É mais uma espécie que valoriza ainda mais o local e é sempre bom aumentar a diversidade; colocar algo a mais sob nossa visão. A homogeneização e a simplificação são tristes. Já a diversificação é superbem-vinda”, avalia o professor.

Carla Guimarães compartilha da opinião do professor lembrando que “a preservação da natureza, tão desejada e falada pelas pessoas, significa manter o meio ambiente equilibrado, com tudo funcionando bem”. O primeiro passo para isso, em sua opinião, é conhecer a fauna e a flora, para que se possam desenvolver formas de protegê-las. “Quanto mais se descobre, mais chance se tem de fazer uma prospecção daquilo. Só se pode preservar o que se conhece”, complementa.

A ex-estudante de mestrado da UFV considera a publicação do artigo em uma revista internacional como o maior retorno que poderia obter: “é o reconhecimento de um trabalho bem feito”. Ela brinca, com orgulho, sobre o fato de ter o sobrenome Silva Guimarães eternizado na história da ciência. Seus planos agora são o doutorado para dar continuidade ao estudo com o Brachycephalus darkside sp. nov e trazer respostas sobre o pigmento que deixa preto o seu tecido conjuntivo, já que não se sabe a origem química e a função dele e porque outras espécies do mesmo gênero não dispõem desta característica. Ela reconhece que “tem muito a ser pesquisado”.

Sobre a homenagem ao Pink Floyd, Carla considera que os pesquisadores conseguiram combinar a descoberta da nova espécie com algo que não fosse apenas ideológico, uma vez que a espécie tem mesmo um lado negro. Em sua avaliação, o nome é muito importante para divulgar o local de pesquisa e o grupo de pesquisadores. O seu principal objetivo agora é divulgar e promover o Museu de Zoologia e o Departamento de Biologia Animal da UFV para que mais pessoas trabalhem em prol dessa ciência que tanto gostam. De acordo com Feio, que também é o curador do Museu de Zoologia, a pesquisa é mais uma indicação de que a linha de taxonomia está consolidada na UFV. Ele destaca que “trabalhos com esse estimulam os outros alunos, que veem a possibilidade concreta de fazerem a descrição de um animal novo”, o que, para o professor, “é quase como brincar de Deus ou de Charles Darwin”.

Vale destacar que a pesquisa contou com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Adriana Passos
Divulgação Institucional

O nome Brachycephalus darkside foi uma homenagem ao álbum da banda Pink Floyd

O nome Brachycephalus darkside foi uma homenagem ao álbum da banda Pink Floyd

 

UFV é uma das 100 melhores universidades do mundo em Agricultura e Ciências Florestais

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 16/maio/2017 -

A UFV manteve sua posição entre as 100 melhores universidades do mundo na área de Agricultura e Ciências Florestais, de acordo com o QS World University Rankings by Subject de 2017, divulgado na última semana. Na América Latina, ela está entre as dez melhores e, no Brasil, é a primeira classificada de Minas Gerais na área. Outras brasileiras bem classificadas foram as universidades de São Paulo, Estadual de Campinas e Estadual Paulista.

Neste ano, pela primeira vez, a UFV também apareceu entre as 500 melhores do mundo e entre as 10 melhores do Brasil na área de Ciências Biológicas. Em Minas Gerais, ela é a segunda classificada, depois da Universidade Federal de Minas Gerais. Todos os detalhes estão disponíveis em www.topuniversities.com/universities/universidade-federal-de-viçosa-ufv.

A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares avalia as classificações como frutos da excelência que a Universidade busca em todas as suas atividades. A instituição, de acordo com ela, originou-se na área agrária, mas rapidamente entendeu a importância de se expandir em direção a todos os conhecimentos. “Por isso, hoje, a área de Ciências Biológicas também alcança um posicionamento importante”.

Os resultados em avaliações e rankings e o fato dos ex-alunos da Universidade estarem atuando e fazendo a diferença profissionalmente em diversas instituições e empresas do mundo, para a professora Nilda, é reflexo do empenho dos professores e dos servidores técnico-administrativos e da infraestrutura adequadas da instituição. “Isto é muito importante: ter os três segmentos, professores, técnicos e estudantes, comprometidos”. A internacionalização, segundo ela, também tem contribuído, cada vez mais, para que a Universidade se desenvolva e seja reconhecida.

Sobre o ranking
O QS World University Rankings by Subject classifica as melhores universidades do mundo de acordo com 46 áreas e quatro indicadores, que avaliam a reputação acadêmica e entre empregadores e o impacto de pesquisas com base em citações. O objetivo é ajudar futuros estudantes a escolherem as melhores instituições nas suas áreas de interesse e ajudar empregadores a buscar profissionais qualificados.

Todas as informações sobre o ranking estão disponíveis em www.topuniversities.com/subject-rankings/2017.

(Divisão de Jornalismo)

QS

Pesquisadores desenvolvem fermento para hidromel e sistematizam conhecimento sobre a bebida

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 16/maio/2017 -

Uma pesquisa coordenada pela professora Monique Renon Eller, do Departamento de Tecnologia de Alimentos, está caminhando para acrescentar mais um fato à história do hidromel, considerada a bebida alcoólica mais antiga da humanidade. Embora bastante consumida na Europa – onde é normalmente comercializada como sua variante, o melomel, em função da adição de frutas -, esta bebida, criada a partir da fermentação de mel e água, ainda é desconhecida de grande parte da população brasileira. Sua produção é pequena e bastante artesanal, sem referências formais de qualidade para a sua produção.

O que os pesquisadores da UFV desejam é reverter esse quadro e permitir que o estudo que vêm desenvolvendo seja uma referência para a criação de uma identidade do hidromel brasileiro, assim como aconteceu, por exemplo, com a cachaça, que, a partir da ciência, profissionalizou o seu processo produtivo. Um passo para essa identidade foi dado pelo grupo com a fabricação de um fermento específico para o hidromel, até então produzido com leveduras vinícolas, cervejeiras ou de panificação.

Para a criação desse fermento, foram utilizados, principalmente, produtos de abelhas sem ferrão, devido ao tipo de fermentação que ocorre no pólen delas. “Selecionamos pólen e mel”, conta Monique Eller. “Pegamos as amostras e fizemos o screaning para microrganismos que fossem capazes de fermentar, principalmente, visando às bebidas alcoólicas, dentro das características de leveduras que conhecemos como aptas para serem utilizadas como fermentos. Dentre centenas, selecionamos 23 leveduras que testamos para saber quais seriam mais capazes de se desenvolver, por exemplo, sob altas concentrações de açúcares, etanol e sulfito, situações de estresse características da produção de bebidas”. Ao final, os pesquisadores escolheram três leveduras que, além de outros aspectos positivos, resultaram em hidroméis com excelente aceitação em teste sensorial. A equipe, agora, está trabalhando a padronização da produção da bebida com essas leveduras e fazendo uma pesquisa sobre as fontes de nitrogênio ideais para gerar hidroméis mais agradáveis, sensorialmente.

Tecnologia
O estudo, que começou em 2013, no Laboratório de Processos Bioquímicos e Fermentativos do Departamento de Tecnologia de Alimentos, tem a participação dos professores da UFV Weyder Santana (Departamento de Entomologia), Luciano Gomes Fietto (Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular), Paulo Henrique Alves (Departamento de Tecnologia de Alimentos) e da professora do Instituto Federal do Ceará Mayara Salgado, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade, além de bolsistas de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Os quase quatro anos de pesquisa resultaram no desenvolvimento de uma tecnologia de produção, e parte dela já vem sendo adotada por produtores de hidromel em Minas Gerais. Além disso, o estudo gerará dois processos de patentes que poderão ser submetidos ainda este ano ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Um deles é sobre a composição do fermento e o outro sobre a metodologia de produção do hidromel.

De acordo com Monique Eller, todas as informações levantadas pelos pesquisadores são novas para a comunidade científico-acadêmica. Graças ao estudo, hoje é possível saber, por exemplo, como as leveduras trabalham nos componentes do mel e como eles se transformam para gerar os compostos sensoriais. A professora lembra que a escassez de uma levedura específica para o hidromel faz com que cada produtor use uma diferente. Por isso, as informações ficam desencontradas: “nós não tínhamos fermentos disponíveis e nem temos processos padronizados para hidromel no Brasil. Queremos fazer o trabalho completo. A expectativa é de que as pessoas tenham estas informações e melhorem sempre um produto nacional.”

Além da ausência de padrão na produção do hidromel, outra razão que motivou o grupo de pesquisadores a realizar este estudo foi o reconhecimento de que, apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores mundiais de mel, grande parte do que é produzido não tem características ideais para exportação, o que diminui seu valor comercial. Uma solução é transformá-lo em produtos de maior valor agregado, e o hidromel é um deles. Para a bebida proposta pelos pesquisadores, está sendo sugerido o uso dos méis que costumam não ter aceitação in natura, porque fogem ao padrão de consumo.

Na avaliação da professora Monique, estudar um fermento para essa bebida tem sido uma oportunidade ímpar de pesquisa não só pela falta de informação disponível, mas também pelo fato de que, no mercado, há muito fermento para cerveja e vinho, a maioria importada. O desejo é que o fermento originado das pesquisas desenvolvidas na UFV seja utilizado por produtores nacionais e a baixo custo. Por enquanto, ele ainda não está disponível, uma vez que aguarda um registro no Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, que deverá sair assim que o sistema for implementado pelo governo federal. Os pesquisadores ainda estão estudando se o fornecimento dele acontecerá dentro do Departamento de Tecnologia de Alimentos ou por transferência da tecnologia. A primeira opção agrada mais à professora por considerar que “garantiria um menor custo ao produtor”. 

Mesmo sem a distribuição do fermento, o hidromel já está sendo produzido em locais onde não havia. “Estamos com um Trabalho de Conclusão de Curso em um apiário na cidade de Passa Quatro (MG) e fizemos uma consultoria na Serra do Caraça (MG), que está produzindo e comercializando hidromel com fermentos para vinho e champanhe”, conta a coordenadora da pesquisa. Recentemente, entrou-se com um processo para conceder o direito de que as leveduras selecionadas pela equipe sejam estudadas também no Instituto Federal do Ceará, difundindo a linha de pesquisa. Por essas razões, Monique Eller considera que um dos objetivos dos pesquisadores – a disseminação da produção de hidromel – já está sendo alcançado com êxito. Para percorrer o caminho até aqui, ela destaca o apoio recebido pela Funarbe, “a primeira a acreditar no projeto”, Fapemig, Capes e CNPq. Mas ressalta também o desejo de novas parcerias, que poderão contribuir para ampliar a cultura de hidroméis no Brasil, produzidos com características específicas e com fermentos típicos. Há o desejo, por exemplo, de se produzir um hidromel derivado de mel de cajueiro, uma árvore brasileira.

Vale destacar que, em março, a equipe de pesquisadores da UFV assinou o capítulo Microorganisms in Honey, no livro Honey Analysis, que pode ser conferido neste link: https://www.intechopen.com/books/honey-analysis/microorganisms-in-honey 

Adriana Passos- Fotos: Daniel Sotto Maior
Divulgação Institucional

Hidromel