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Sedentarismo aumenta risco de queda em diabéticos

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 09/nov/2017 -

Os diabéticos caem e se machucam mais por causa da doença ou porque não fazem exercícios? Perguntas como esta motivaram pesquisadores do Departamento de Educação Física da UFV a utilizar uma tecnologia de ponta para descobrir se é o sedentarismo ou o diabetes a causa de tombos e dificuldades de equilíbrio e locomoção nos portadores da doença. O resultado traz uma novidade até mesmo para os médicos que não estavam seguros sobre como prescrever atividades físicas para diabéticos.

O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a que produz. A doença é tratável com doses de insulina, um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue e mudanças de hábitos de vida, mas é preciso um monitoramento constante da doença, o que muitos não fazem.

O diabetes afeta mais de 13 milhões de pessoas no Brasil. Isso representa quase 7% da população que nem sempre sabe que é portadora da doença. Quando descobrem, muitos já estão com complicações que poderiam ter sido evitadas. Entre elas, as neuropatias diabéticas que começam com um simples formigamento e perda de sensibilidade nas extremidades do corpo e podem chegar à amputação dos membros.

O professor Paulo Roberto Amorim, orientador da pesquisa, explica que muitas vezes, com a perda de sensibilidade nas extremidades do corpo, um diabético não percebe uma pequena lesão ou mesmo uma meia apertada que pode se transformar numa escara que dificilmente cicatriza. “Essa perda de sensibilidade também modifica a forma como os pacientes caminham ou fazem atividades rotineiras, comprometendo ossos, músculos, articulações e postura. Nós queremos saber como isso acontece para evitar perda de qualidade de vida para os diabéticos”.

O trabalho foi realizado para a dissertação de mestrado Impacto dos comportamentos ativos e sedentário sobre o equilíbrio, composição corporal e autocuidado em portadores de diabetes mellitus, do pesquisador Yuri de Lucas Xavier e co-orientado pela professora Amanda Piaia Silvatti. As avaliações foram realizadas no Laboratório de Análises Biomecânicas do Departamento de Educação Física. Usando um sistema optoeletrônico para análise tridimensional do movimento, os pesquisadores avaliaram a marcha de diabéticos em fase inicial da doença, outros com neuropatias e um grupo de controle, sem a doença. Os voluntários tinham entre 40 e 70 anos. Também foram avaliados o equilíbrio e medo de queda. O resultado surpreendeu os pesquisadores. O diabetes, associado ao baixo nível de atividade física impacta negativamente os parâmetros de uma simples caminhada, aumentando o risco de queda em 21% quando comparados com indivíduos não diabéticos.

Segundo os pesquisadores, os dados mostram que exercícios físicos que fortalecem a musculatura e o equilíbrio são ainda mais recomendados para diabéticos. “Quando as neuropatias já estão evidentes, os médicos têm dúvidas em prescrever atividades físicas, mas a falta de sensibilidade é um indicativo importante para fortalecer a musculatura e evitar dores e quedas”, disse Paulo Amorim. A tendência à queda e desequilíbrio pode ainda subsidiar o trabalho de fisioterapeutas e educadores físicos na prescrição de atividades físicas que trabalhem equilíbrio e fortalecimento muscular. “O sedentarismo piora o risco de queda e desequilíbrio. Quanto antes o trabalho físico começar, menores os danos”, afirmou o professor.

Para a professora Amanda, a pesquisa indica que é preciso conhecer melhor os efeitos do diabetes no equilíbrio e na alteração da marcha, assim como a relação da atividade física habitual mesmo no início da doença, em diferentes faixas etárias. Por isso, a pesquisa deverá continuar avaliando novos parâmetros de movimento nos portadores da doença para subsidiar o tratamento da doença levando mais qualidade de vida aos diabéticos.

Léa Medeiros
Divulgação Institucional

Modelos de movimento no Laboratório de Análises Biomecânicas do Departamento de Educação Física da UFV

Modelos de movimento no Laboratório de Análises Biomecânicas do Departamento de Educação Física da UFV

Abertura do Edital de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC-UFV 2018/I

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 19/out/2017 -

A PPG informa que encontram-se abertas, de 19 de outubro até as 17h30 do dia 10 de novembro de 2017, as inscrições de propostas para o Processo de Seleção PIBIC-UFV 2018/I, que engloba o Edital PIBIC/FAPEMIG 2018-2019.

As inscrições devem ser efetuadas pelos pesquisadores da UFV, através do SISPPG, que desejam receber um bolsista de iniciação científica no período de março/2018 a fevereiro/2019, a fim de atuar em Projeto de Pesquisa e Plano de Trabalho propostos, de acordo com as regras do referido Edital de Seleção.

Informamos que houveram alterações significativas no Edital de seleção e pedimos a leitura atenta de todos.

Quaisquer dúvidas poderão ser sanadas pelo e-mail icfapemig.ppg@ufv.br ou pelos telefones 3899-1681 e 3899-3760.

Pesquisa identifica determinantes da violência doméstica contra a mulher no Brasil

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 10/out/2017 -

Uma pesquisa divulgada, em 2013, pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) comprovou que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Enquanto, em 2012, a taxa média de homicídios mundial era de 6,2 por 100 mil habitantes, no Brasil, ela alcançou o patamar de 26,52. O mesmo estudo revelou que a taxa de homicídios entre homens é quatro vezes maior do que entre mulheres. Porém, enquanto os homens são geralmente mortos por indivíduos com os quais não mantêm vínculos, mais de 50% dos homicídios femininos são causados por homens com quem as mulheres se relacionam, especialmente no âmbito familiar. É nesse espaço que se configura a violência doméstica, identificada pela Lei Maria da Penha, dentre outros comportamentos, pelo sofrimento psicológico, constrangimento, vigilância constante e insulto.

Mas quais seriam os fatores responsáveis pela vitimização doméstica das mulheres no Brasil? Foi em busca desta e de outras respostas que Jayne Cecília Martins conduziu sua pesquisa no mestrado realizado no programa de pós-graduação em Economia Aplicada da UFV. Ali, sob orientação do professor Evandro Camargos Teixeira (Departamento de Economia), ela defendeu, em julho, a dissertação Determinantes da violência doméstica contra a mulher no Brasil. O objetivo foi analisar a relação existente entre a probabilidade de a mulher ser vitimada com os fatores individuais e o contexto social em que está inserida.

No estudo, de abrangência nacional, Jayne Martins trabalhou com a base da dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – publicada, em 2009, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Especificamente naquele ano, foi aplicado um questionário sobre vitimização para 108.974 mulheres de todos os estados brasileiros. A intenção era saber, dentre outras informações, se elas haviam sido vítimas de agressão física, por quem e onde e se fez boletim de ocorrência. Das entrevistadas, 43,1% sofreram violência em sua própria residência, e de todas as agredidas no país – dentro e fora de casa – 25,9% se disseram vítimas de seus atuais ou ex-cônjuges.

Jayne Martins trabalhou ainda com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), também publicada pelo IBGE em 2009, que traz informações sobre delegacias, defensorias, casas de abrigo e centros de referências da mulher existentes nos municípios. Para o cruzamento dos dados, a pesquisadora estimou o que ela chamou de “modelo hierárquico logístico em dois níveis”. Para o primeiro nível, ela considerou as características individuais e familiares da mulher, como nível de instrução, rendimentos, empregabilidade, estado civil e número de filhos. Para o segundo, Jayne analisou as características do ambiente social em que as mulheres estão inseridas. Esse último aspecto, segundo a pesquisadora, confere um ineditismo ao seu trabalho, uma vez que nenhum outro considerou os mecanismos de proteção contra a mulher como caracterização do ambiente social.

Alguns resultados
Dentre os resultados obtidos, a pesquisa constatou que a existência de filhos e o estado civil das mulheres foram os aspectos que mais positivamente se relacionaram com a probabilidade de vitimização. O fato de a mulher ter filhos aumenta 19,42 pontos percentuais (p.p) essa probabilidade. A explicação, de acordo com Jayne, está no fato de que eles reduzem a chance de a mulher denunciar a violência, tornando-a reincidente. Na avaliação da pesquisadora, isso acontece porque, “às vezes, a mulher tem consciência de que deve denunciar, mas não o faz porque não terá como sobreviver. Afinal, como sair de casa se não tem uma profissão e nem como se manter sozinha e cuidar dos filhos?”. Quanto ao estado civil, a pesquisa revelou, de acordo com os dados da PNAD, que as mulheres separadas/divorciadas têm maior probabilidade de sofrerem violência – seguidas das solteiras -, e também de denunciarem, o que as casadas fazem menos. A pesquisa verificou ainda que a probabilidade de vitimização diminui quando o marido trabalha (redução de 2,0061 p.p.) e quando a mulher tem maior escolaridade (redução de 0,05 p.p).

Em relação ao ambiente social, os índices de defesa e apoio às vítimas foram estatisticamente significativos, apresentando relação positiva com a probabilidade de a mulher ser vitimada. Esta correlação positiva pode ser interpretada, conforme a pesquisadora, como uma redução no custo de denúncia da vítima. Com a existência e o funcionamento das redes de apoio, as mulheres se sentem mais seguras em denunciar seus agressores. Além disso, como a violência doméstica gera insegurança dentro do lar da vítima, a presença de mecanismos de apoio à mulher próximos às suas residências possibilitam a saída dela de casa. Quanto maior a quantidade de delegacias, defensorias, casas de abrigo e centros de referência nos estados, menores são os custos sociais de denúncia para a vítima e maior será a probabilidade de que a violência seja denunciada.

Para o professor Evandro Teixeira, orientador da pesquisa, o trabalho de Jayne denota um aspecto importante relacionado ao custo da violência: a perda de capital humano. Ele lembra que a violência gera diversos custos, que vão da segurança pública à queda de receita pelo governo com turismo, por exemplo. No entanto, pouco se reflete sobre a contribuição que as mulheres vitimadas poderiam dar ao processo de crescimento econômico do país. O capital humano, conforme o professor, pode ser definido como atributos ou competências para a realização de atividades laborais, podendo ser representado pelo nível de educação, estado de saúde e habilidade inata. Além da mulher vitimada, as pessoas que estão em seu entorno, como os filhos, também sofrem severas penalizações. E questiona: “como esperar que uma criança que cresceu em um ambiente violento consiga, no futuro, contribuir com o país em termos de capital humano?

Segundo Jayne, os resultados de sua pesquisa reforçaram o que já é sabido: “a importância de políticas públicas que combatam a violência doméstica”. Uma medida necessária, em sua avaliação, é a ampliação dos mecanismos de combate, já que em grande parte dos municípios não existe órgão de apoio às vítimas. Jayne chama a atenção, contudo, para o fato de que medidas dessa natureza e aumento de custos não serão isoladamente eficazes para se combater a violência doméstica. “É necessário o empoderamento feminino, possibilitando que as mulheres tenham os mesmos direitos, salários e nível de educação que os homens”. Este empoderamento pode ocorrer, em sua opinião, por meio de projetos sociais de capacitação e possibilidade de geração de emprego e renda para as mulheres mais pobres, vítimas ou não da violência.

Adriana Passos
Divulgação Institucional

Na foto, um registro de Jayne (segunda da esq. para dir.) com os professores Cristiana Tristão Rodrigues, Evandro Camargos e Elaine Aparecida Fernandes. As duas professoras do DEE participaram da banca de defesa.

Na foto, um registro de Jayne (segunda da esq. para dir.) com os professores Cristiana Tristão Rodrigues, Evandro Camargos e Elaine Aparecida Fernandes. As duas professoras do DEE participaram da banca de defesa.

Pesquisadores do Departamento de Fitopatologia vencem desafio Biomaker Battle

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 10/out/2017 -

Uma equipe de pesquisadores do Departamento de Fitopatologia da UFV foi a vencedora do Biomaker Battle, um desafio científico promovido pela Biominas Brasil e Sebrae. A iniciativa dá visibilidade para a qualidade do trabalho científico desenvolvido nas universidades e centros de pesquisa e cria oportunidades para a aplicação prática de ideias de negócios, projetos e pesquisas no desenvolvimento de soluções inovadoras nas áreas de saúde humana, digital health, agronegócio, saúde animal e meio ambiente.

Durante o evento, realizado no início de outubro, em Viçosa, as equipes competidoras participam de dinâmicas com especialistas e workshops sobre empreendedorismo, bem como de atividades para defender os projetos de pesquisa. Sete equipes de várias instituições mineiras participaram da batalha e foram desafiadas a utilizar o conteúdo e as ferramentas aprendidas para construir um modelo de aplicação do projeto, mostrando o potencial na resolução de um problema.

A equipe EcoRust, formada por pesquisadores do Laboratório de Patologia Florestal foi a campeã. Eles desenvolvem técnicas para fazer o controle biológico do fungo Austropuccinia psidiique causa a praga conhecida como ferrugem em culturas comerciais como eucalipto e a goiaba. A técnica pode reduzir o consumo de defensivos agrícolas comumente usados para combater a praga. A equipe é orientada pelo professor Gleiber Furtado. Com a vitória no Biomaker Battle, os pesquisadores podem conseguir investimentos para comercializar o produto no modelo spin-off de empreendedorismo científico.

Léa Medeiros
Divulgação Institucional
Foto: Divulgação

Da esquerda para a direita: Luísa Salvador Borges, Carlos Eduardo Aucique Pérez e Renata Belisário

Da esquerda para a direita: Luísa Salvador Borges, Carlos Eduardo Aucique Pérez e Renata Belisário

UFV realiza solenidade de titulação de mestres e doutores

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 10/out/2017 -

A UFV entregou títulos de mestres e doutores a 176 pós-graduados em solenidade realizada dia 6 de outubro. Os novos mestres e doutores dos Centros de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, Exatas e Tecnológicas e Humanas, Letras e Artes foram prestigiados por amigos e familiares no Espaço Acadêmico-Cultural Fernando Sabino, do campus Viçosa.

Para a doutora em Estatística Lidiane Ferraz, que já havia concluído o mestrado na mesma área na UFV, o período de pós-graduação foi “de muito aprendizado, com noites de sonos perdidas para escrever a tese, mas o tempo de estudo na UFV foi uma das melhores coisas que aconteceram”. Agora ela comemora outra conquista: continuará na Universidade como professora, já que foi aprovada para lecionar Matemática no Colégio de Aplicação – CAp-Coluni.

A mestra em Administração Luciana Lelis afirma que a solenidade de titulação é um momento importante por permitir encontrar com os amigos e compartilhar alegrias, além de fechar uma etapa de grandes desafios. “Saímos da graduação um pouco inexperientes e o mestrado acrescentou muito para a vida da gente”, destacou.

A doutora em Meteorologia Agrícola Lívia Cristina Pinto Dias foi a oradora da turma e convidou os titulandos a relembrarem a trajetória vivida desde quando terminaram a graduação e foram motivados a ingressar na pós-graduação devido à ânsia pelo conhecimento. Ela ressaltou que todos sabiam que o caminho seria longo e exigiria sacrifícios, mas o que não sabiam era “a dimensão real da transformação pessoal e profissional que estava por vir”, como, por exemplo, aprender que “fazer pesquisa é mais do que materiais e métodos, é também saber lidar com problemas e pessoas”.

O professor Afonso Augusto Teixeira de Freitas Carvalho Lima, do Departamento de Administração e Contabilidade, para quem foi uma honra e privilégio ter sido escolhido paraninfo, disse que, como professor de pós-graduação e orientador, busca paralelamente à construção do conhecimento contribuir para a formação de cientistas e profissionais melhores do que ele em todos os aspectos possíveis. O paraninfo deixou ainda como mensagem aos titulandos um aforisma atribuído a Galileu Galilei: “nada se ensina ao homem pode-se apenas ajudá-lo a encontrar as coisas dentro de si mesmo”.

A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares lembrou que os novos mestres e doutores são motivos de orgulho para UFV, instituição que na última avaliação da Capes elevou ainda mais o seu patamar de qualidade. Ela recomendou que os titulandos distribuam o conhecimento obtido na UFV nos locais em que irão exercer suas atividades profissionais, com humanização e firmeza em seus princípios e valores.

As fotografias da solenidade estão disponíveis neste link.

Sabrina Areias
Fotos: Rodrigo Cupertino, estagiário
Divulgação Institucional

UFV sedia Congresso Brasileiro de Ecologia

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 10/out/2017 -

A UFV promoveu entre os dias 8 e 12 de outubro, um dos maiores eventos científicos de sua história. O XIII Congresso de Ecologia que aconteceu simultaneamente ao III Internacional Symposium  of Ecology and Evolution  recebeu mais de dois mil participantes de todas as regiões  do Brasil. O evento contou com mais 160 palestras nas 20 áreas da Ecologia.

O Congresso foi promovido pela Sociedade de Ecologia do Brasil e realizado a cada dois anos. Esta é a primeira vez que aconteceu em Viçosa, organizado pelos Departamentos de Biologia Geral (DBG) e Biologia Vegetal (DBV). Segundo o presidente da Comissão Científica, Ricardo Campos (DBG), o tema Múltiplas ecologias: evolução e diversidade teve como objetivo aliar a teoria ecológica pura aos problemas de conservação de meio ambiente, relacionando questões socioambientais, serviços ecossistêmicos, desigualdade social e perda de diversidade.

O evento foi aberto  com uma conferência do pesquisador que é referência internacional em estudos de ecologia. Michael Begon é professor na Universidade de Liverpool, Reino Unido e autor de livros que são referências para graduação e pós-graduação em ecologia em todo o mundo. A palestra teve como tema Rodent disease ecology – from principles to applications.

Além de palestras, debates e mesas redondas, o Congresso contou ainda com a apresentação oral de 128 trabalhos e de 1600 pôsteres.

 

O evento foi aberto  com uma conferência do pesquisador que é referência internacional em estudos de ecologia. Michael Begon

O evento foi aberto com uma conferência do pesquisador que é referência internacional em estudos de ecologia. Michael Begon

Léa Medeiros
Divulgação Institucional

Fapemig lança portal de periódicos de Minas Gerais

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 22/set/2017 -

A Fapemig lançou, dia 15 de setembro, o Portal Periódicos de Minas, uma plataforma digital de acesso aberto para dar acesso a quase 400 revistas científicas sediadas em Minas, além de divulgar informações sobre aspectos relativos aos periódicos e eventos promovidos pelo Portal. Ele também permite aos editores e gestores de periódicos cadastrar e editar o perfil de suas revistas.

O lançamento aconteceu durante a Mostra Inova Minas 2017, no auditório do Memorial Minas Gerais Vale. O Portal é uma das ações da Política de Periódicos para Minas Gerais, uma iniciativa para promover o acesso aberto e melhoria de qualidade dos periódicos mineiros.

Para o presidente da Fapemig, Evaldo Ferreira Vilela, a Política de Periódicos para Minas Gerais é um trabalho importante e consistente para obter resultados que levem ao transbordamento do que é produzido na pesquisa para a sociedade.

 Apresentação -Foto de Marcella Boehler (2)

Lista de Aptos a Participarem da Cerimônia de Titulação – outubro/2017

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 20/set/2017 -

A PPG divulga a lista oficial de aptos a participarem da cerimônia de titulação às 14h30 do dia 06 de outubro de 2017.

Para visualizar a lista clique em Titulandos 2017!

Projetos aproximam ciência da sociedade

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 17/ago/2017 -

Apesar de a divulgação científica – ou popularização da ciência – ainda não ser uma prática unânime entre os pesquisadores das universidades, tem sido crescente a percepção de que o conhecimento deve ir além da academia e alcançar a sociedade. As justificativas vão desde a necessidade de se prestar contas do investimento feito nas pesquisas, já que a maioria é realizada com recurso público, até a desmitificação da própria ciência, fazendo as pessoas entenderem que ela está mais presente no dia a dia do que imaginam. No contexto de cortes no orçamento, a divulgação científica também pode significar mais aliados para a principal causa da ciência brasileira atualmente: a sobrevivência.

Todas essas razões, que integram um rol extenso de justificativas para que o público não especializado tenha acesso à informação científica, estão presentes, de certa forma, há quase 20 anos na vida do professor Rubens Pazza, que, desde 2010, atua no curso de Ciências Biológicas da UFV-Rio Paranaíba (CRP). Ali, ele coordena o Semeando Ciência, um programa de extensão universitária que integra as atividades do Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva. Por meio desse programa, são desenvolvidos diferentes projetos de divulgação da ciência, especialmente na área biológica.

Com a ajuda de poucos bolsistas (um ou dois) e de voluntários, o que inclui colaboradores externos, o professor divide com a também professora do CRP Karine Frehner Kavalco a coordenação do programa de rádio Rock com Ciência, do jornal impresso Folha Biológica e de websites de biologia em geral e de evolução, como o DNA Cético. Eles também produzem páginas e perfis nas redes sociais Twitter e Facebook. No Rock com Ciência, semanalmente os estudantes gravam podcastscom temas científicos variados. Um deles, por exemplo, foi sobre realidade virtual. Para chamar os ouvintes, um questionamento: “O que vem em sua mente quando o assunto é realidade virtual? Normalmente, esse conceito é associado às tecnologias de alta complexidade, mas a realidade virtual é um campo bem mais amplo, e suas implicações são muito importantes na sociedade”. Já no jornal, a ênfase é dada às Ciências Biológicas, sobre as quais ele faz circular, trimestralmente, informações para cerca de 200 escolas públicas da região do Alto Paranaíba, onde está localizado o campus da UFV.

Por meio desses canais, o professor procura mostrar a seus alunos a importância da divulgação científica e engajá-los nesta prática. Na medida do possível, ele a associa ao conteúdo das disciplinas que ministra. Pazza acredita que fazer divulgação científica na graduação é uma maneira de os pesquisadores terem familiaridade com o assunto e uma prática diferenciada no futuro. Mas por que isto é importante? O professor responde: “como a gente deseja que as pessoas apoiem o cientista? Como vamos pedir apoio e esperar por ele se consideram o cientista como algo inalcançável? Ou ainda: como queremos que tenham opinião sobre assuntos que dizem respeito à vida delas, ao dia a dia, sem que conheçam a ciência?” Na avaliação de Rubens Pazza, “as pessoas são enganadas o tempo inteiro por falta de conhecimento científico. Elas precisam saber o que o cientista faz”.

A irreversibilidade da fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ao das Comunicações, ao contrário do que aconteceu com o Ministério da Cultura, é, na opinião do professor, um exemplo concreto desse distanciamento entre sociedade e cientista. O fato de os artistas terem conseguido reverter a extinção do Ministério da Cultura, e os cientistas não obterem o mesmo êxito com o da Ciência, deve servir como reflexão, segundo Pazza. “Por que isso aconteceu? Será que não precisamos aparecer mais”, questiona. “A população não terá empatia por algo que não conhece”.

Pazza admite a dificuldade em fazer divulgação científica. Além de algumas iniciativas, como programas de rádio, requererem o trabalho de profissionais de outras áreas, não há uma valorização pelas próprias agências de fomento. Ele lembra que os programas de pós-graduação pontuam de acordo com o sistema Periódicos Qualis Capes. E comenta: “o que mede o cientista são os artigos que publica e, principalmente, as citações que tem. É a moeda de troca; somos avaliados por isso. Nenhum formulário questiona o que se faz em divulgação científica, mas quais são as nossas publicações mais importantes. O foco acaba sendo naquilo que move o pesquisador”.

A divulgação científica, portanto, na avaliação do professor, é “uma questão motivacional”, que ele vai tentando incentivar nos seus alunos, inclusive, em trabalhos com crianças nas escolas de Rio Paranaíba. Para Pazza, essa experiência permite uma reflexão sobre o que as pessoas querem da ciência, qual o papel do pesquisador e até onde se pode chegar. Trabalhar com crianças é um possível caminho para que se crie uma cultura de divulgação científica na opinião do professor. O seu desejo por isso é tão grande que, no semestre passado, lecionou uma disciplina específica sobre divulgação científica. Na bibliografia, dentre vários autores, havia um que desde cedo o inspirou: o astrônomo norte-americano Carl Sagan (1934-1996), que ele considera o maior divulgador de ciência.

Mais divulgação
Vale destacar que, no primeiro semestre de 2017, a Diretoria de Comunicação Institucional, em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, promoveu uma iniciativa inédita na UFV com a realização de seminários sobre divulgação científica. Foram 23 palestras ministradas pelas jornalistas Léa Medeiros e Adriana Passos em programas de pós-graduação do campus Viçosa. Os seminários terão continuidade neste segundo semestre e serão estendidos aos campi de Florestal e Rio Paranaíba.

Adriana Passos
Divulgação Institucional

Na produção e gravação do Rock com Ciência, o professor Rubens (esq.) tem apoio de bolsistas

Na produção e gravação do Rock com Ciência, o professor Rubens (esq.) tem apoio de bolsistas

Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular obtém sua primeira patente concedida no Brasil

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 10/ago/2017 -

Já reconhecida pelas pesquisas que atestam a macaúba como fonte para a produção de biodiesel, a UFV confirma agora uma propriedade cosmética dessa palmeira, encontrada em boa parte do território brasileiro. O Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (DBB) recebeu, em julho, a sua primeira carta patente concedida no Brasil com um sabonete que tem em sua fórmula o óleo da polpa de macaúba. A patente veio sete anos depois de o pedido ter sido depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pelas professoras Marisa Alves Nogueira Diaz e Virgínia Ramos Pizziolo, em parceria com o Departamento de Fitotecnia (DFT) devido à participação do professor Sérgio Yoshimitsu Motoike e do técnico Francisco de Assis Lopes. Todo o processo teve o suporte da Comissão Permanente de Propriedade Intelectualque auxiliou na elaboração de documentos para o depósito e acompanhamento do pedido até a concessão.

O sabonete produzido pelas pesquisadoras do DBB traz em sua fórmula uma mistura com óleo de macaúba, rico em betacaroteno (vitamina A), o que, segundo elas, confere um efeito sinérgico na restauração da epiderme. As professoras explicam que, “além de ser emoliente, prevenir o envelhecimento precoce contra radicais livres, a vitamina A – também conhecida como retinol – age na manutenção dos tecidos epiteliais”. O sabonete apresenta ainda em sua composição substâncias com propriedades bactericida e cicatrizante, que podem combater doenças, como dermatite e micose. O resultado, portanto, é um produto cujo uso contínuo ajuda na assepsia e na melhora da textura da pele, tornando-a mais suave devido ao alto poder emoliente do óleo de macaúba. As pesquisadoras também desenvolveram, com o óleo, um sabonete com ação terapêutica para prevenção e controle da mastite bovina. Esse produto, que também já teve o pedido de patente depositado, leva em suacomposição extrato da planta Salvinia auriculata e derivados.

Marisa Diaz e Virgínia Pizziolo contam que a ideia da produção dos sabonetes foi uma sugestão do professor Sergio Motoike – coordenador da pesquisa em macaúba no programa de pós-graduação em Fitotecnia da UFV – e do técnico Francisco Lopes, que integra a equipe. Foram eles que forneceram às professoras o óleo da polpa, coletado na plantação que o grupo mantém na Estação Experimental de Araponga (MG). A qualidade do óleo é assegurada com a extração no tempo certo, antes de o fruto, perecível, estragar. Motoike já conhecia o trabalho das professoras com sabonete, o que, inclusive, as destaca na área de extensão. Desde 2007, a professora Marisa oferece, ininterruptamente, na Semana do Fazendeiro o curso de Sabão Rural e, desde 2009, o de Sabonete Medicinal, juntamente com a professora Virgínia. Ela também já esteve à frente do projeto Produção de sabão com propriedades farmacológicas aliada à conscientização ambiental e sustentabilidade através da reciclagem de óleo vegetal residual, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Pesquisas
A patente obtida é a primeira das 11 já depositadas pelas professoras, que dividem a coordenação doLaboratório de Bioquímica e Química de Produtos Naturais (BioNat) da UFV. Ali, elas pesquisam e desenvolvem formulações antimicrobianas, antioxidantes e antitumorais a partir da flora e de microrganismos encontrados no entorno de Viçosa e na Mata Atlântica, e também por meio de síntese orgânica. Candeia da serra, quina da serra, losna, cravo, canela e calêndula são algumas das plantas mais estudadas devido às suas propriedades antimicrobiana e cicatrizante. É em torno da atividade cicatrizante, por sinal, que o estudante de doutorado do programa de pós-graduação em Bioquímica Aplicada Leandro Jose Gusmão vem realizando, sob orientação da professora Marisa, um estudo farmacológico e de farmacocinética da planta Remijia ferruginea. Com estudo in vivo, o objetivo é entender, por exemplo, o mecanismo de ação do produto desenvolvido a partir dessa planta, com grande capacidade cicatrizante. Outra linha de pesquisa do BioNat tem como foco o câncer de pele do tipo melanoma. A partir de compostos sintetizados no laboratório, elas desenvolvem formulações para o tratamento desse tipo de câncer.

As professoras, que são formadas em Farmácia e Bioquímica, reconhecem o longo caminho que há entre a obtenção de uma patente e a colocação do produto no mercado. Há uma série de testes a serem feitos. Muitos, inclusive, segundo explicam, não podem ser realizados na UFV, uma vez que a instituição não dispõe de um laboratório de farmacotécnica e farmacocinética, que daria mais agilidade e eficiência ao trabalho. Embora não haja ainda interação com uma empresa específica para a comercialização do sabonete – um dos muitos produtos desenvolvidos pelo BioNat – as professoras Marisa e Virgínia se dizem satisfeitas com os resultados das pesquisas, que têm sempre o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de MInas Gerais (Fapemig), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para elas, a patente é um importante reconhecimento do trabalho que realizam na UFV, onde ingressaram há pouco mais de uma década.

Adriana Passos
Divulgação Institucional

Há dez anos, as professoras oferecem cursos na Semana do Fazendeiro

Há dez anos, as professoras oferecem cursos na Semana do Fazendeiro