Arquivo da Categoria "Notícias"

Prazos Excepcionais para Entrega de Dissertações e Teses

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 22/dez/2017 -

Em virtude do recesso de final de ano, as dissertações e teses que tiverem prazo de vencimento de entrega ou multa entre os dias 23-12-2017 e 01-01-2018, terão seu prazo prorrogado até o dia 02-01-2018, impreterivelmente.

Expediente da PPG no dia 15 de dezembro de 2017, sexta-feira.

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 14/dez/2017 -

A PPG informa que, excepcionalmente nesta sexta-feira, dia 15 de dezembro de 2017, o expediente externo será somente das 08h às 12h.

Divulgação do Resultado Parcial do EDITAL PIBIC/UFV 2018/I

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 11/dez/2017 -

A PPG informa que encontra-se disponível o Resultado Parcial do Edital PIBIC UFV 2018/I, que engloba o Edital PIBIC/FAPEMIG 2018-2019, com vigência das bolsas de março de 2018 a fevereiro de 2019.

Para acessar o Resultado, os orientadores participantes deverão acessar o Edital no SISPPG e selecionar “Acompanhe sua inscrição“.

De acordo com o Edital, o prazo para recebimento de recursos é das 08h do dia 12/12/2017 (terça-feira) até as 11h do dia 13/12/2017 (quarta-feira). Em Viçosa, os recursos deverão ser encaminhados à PPG. Em Florestal e em Rio Paranaíba, os recursos deverão ser encaminhado às respectivas Diretorias de Pesquisa, respeitando o mesmo prazo estabelecido.

O Resultado Final será divulgado à partir do dia 13/12/2017.

Mais informações: ic.ppg@ufv.br

Inscrição de Estudante Não Vinculado 2018/1

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 04/dez/2017 -

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação informa que estão abertas  até 15-12-2017 as inscrições para Estudante não vinculado para o primeiro semestre de 2018.

Departamento de Física coordena primeiro polo teórico-experimental de nanomagnetismo de Minas

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 23/nov/2017 -

A recente aprovação pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) do projeto de criação da Rede de Nanomagnetismo: Investigação e Desenvolvimento de Interfaces e Dispositivos tornará a UFV a primeira instituição do interior de Minas Gerais com potencial para nanofabricação de estruturas de dimensões mínimas laterais de até 20 nanômetros (nm). Tal potencialidade está relacionada à aplicação da verba aprovada na aquisição de um sistema de nanolitografia por feixe eletrônico e na adequação da sala limpa do Departamento de Física (DPF). Essas medidas, juntamente com os equipamentos multiusuários já existentes (Raio-x e Raman) e com o Centro de Nanoscopia do Departamento, possibilitarão o desenvolvimento de dispositivos spintrônicos e nanomagnéticos e de dispositivos micro e nanoestruturados interdisciplinares para aplicação, por exemplo, em microfluídica, estudos bacteriológicos, de DNA e de alimentos.

Sediada no Departamento de Física da UFV, sob coordenação e vice-coordenação dos professores Afranio Rodrigues Pereira e Clodoaldo Araújo, respectivamente, a Rede de Nanomagnetismo envolve outros seis Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT) do interior de Minas Gerais. Além de institucionalizar o primeiro polo teórico-experimental de nanomagnetismo no estado, ela contribuirá para que os ICTs envolvidos aumentem significativamente suas potencialidades experimentais em nanotecnologia – considerada uma área estratégica para o país desde 2012, quando foi criado o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNano).

Nos dias atuais, em que 99% das informações estão armazenadas em mídias magnéticas, o desenvolvimento de novas tecnologias para aumento de densidade e portabilidade de informação é urgente, na avaliação do professor Clodoaldo Araújo. Além da utilização de dispositivos nanomagnéticos para armazenamento de informação, sua aplicação vem sendo cotada como provável substituta da tecnologia do silício em dispositivos lógicos e de memória. “A tecnologia atual, por ser baseada em efeitos capacitivos, é ineficiente em pequenas dimensões (menores que 10nm)”, explica o professor.

Segundo ele, estima-se que toda tecnologia de memorias randômicas DRAM, baseadas em tecnologia do silício, será substituída, a partir de 2018, pelas chamadas Memórias Magnetorresistivas de Acesso Randômico (MRAM). Elas preservam as informações quando desligadas (não voláteis) e são mais rápidas e insensíveis à radiação.

O professor conta que ainda existem diversos estudos que visam à obtenção de dispositivos lógicos nanomagnéticos e spintrônicos, que utilizem diferentes materiais como o grafeno e outros da classe dos materiais 2D, a serem aplicados em substituição à tecnologia CMOS do silício. Portanto, “o desenvolvimento teórico e experimental voltado à melhoria dos dispositivos citados, é de fundamental importância no cenário mundial, consequentemente nacional e estadual”.

Pesquisadores constroem caminhos virtuais para conectar áreas de preservação ambiental em todo o planeta e evitar perda de biodiversidade com as mudanças climáticas

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 21/nov/2017 -

A nova arca de Noé

Enquanto muitos abusam do planeta sem pensar em quem vem pela frente, outros começam a planejar a sobrevivência na Terra daqui a 50 anos. A Fundação Leonardo Di Caprio acaba de divulgar um projeto de escala global para mapear possíveis corredores ecológicos que irão permitir o livre deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal entre áreas protegidas à medida que as mudanças climáticas avançam. E quem traçou os caminhos para este futuro foi uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa.

O trabalho dos pesquisadores do Departamento de Solos da UFV irá subsidiar o esforço da Leonardo DiCaprio Foundation para arrecadar mais de 20 milhões de dólares e acelerar iniciativas de conservação e a busca de soluções inovadoras para a crise climática. A equipe coordenada pelo professor Elpídio Inácio Fernandes Filho foi convidada pela Fundação Globaïa, situada na Inglaterra, para, em seis meses, mapear uma possível rede de segurança para a sobrevivência de espécies ameaçadas no planeta.

“Para executar este projeto, a Fundação Leonardo DiCaprio considerava convidar algumas universidades dos Estados Unidos e da Europa com as quais já havia trabalhado. Foi quando apontei a importância de trabalharmos com uma universidade do Brasil devido à posição do país no ranking de diversidade biológica e à necessidade de abordarmos um projeto dessa magnitude a partir de diferentes ângulos. Além de ter grande tradição de pesquisa, a UFV mostrou disponibilidade e  capacidade necessárias para lidar com o projeto em um período de tempo tão curto”, disse Manno França, um dos diretores da Fundação Globaïa.

Para o trabalho, os pesquisadores, especialistas em geoprocessamento, buscaram mapas de todas as áreas protegidas conhecidas no planeta e desenvolveram modelos computacionais sofisticados para buscar rotas viáveis entre elas. O objetivo é que os caminhos traçados se tornem áreas delimitadas e definidas como de alta prioridade. Caso o projeto se concretize, serão recuperadas com mata nativa para movimentação de espécies e fluxo gênicos.

O mapeamento global de corredores ecológicos e do potencial de conservação é a fase inicial de um projeto mais longo de utilização dos mapas como base para desenvolver outro ainda mais complexo e detalhado. Para Manno França, ”o objetivo final é chegar a uma proposta de conservação e uso sustentável de cerca de 50% do planeta, considerando a necessidade de assegurarmos a integridade da biosfera em face do crescimento acelerado da população mundial”.

 

Por que ter uma rede de segurança?

Para entender melhor a proposta lançada pela Fundação do famoso ator de Hollywood, é preciso saber que pesquisadores e ambientalistas reconhecidos acreditam que, para garantir a sobrevivência humana, é preciso que metade do planeta esteja protegido para manter recursos biológicos da flora e da fauna. De acordo com o Relatório do Planeta Vivo, do World Wide Fund for Nature (WWF/2016), o desmatamento generalizado já fez desaparecer da Terra metade das espécies de vertebrados, desde a década de 1970. A situação é muito pior para as populações de água doce, que registraram um declínio global de 80% no mesmo período.”A sociedade moderna tem subestimado o papel vital que a natureza desempenha em fornecer à humanidade ar puro e água, alimentos saudáveis ​​e um clima estável – elementos essenciais para sustentar a vida. Uma ‘rede de segurança’ de ecossistemas protegidos e conectados ao redor do planeta, poderia evitar uma crise climática e criar um mundo onde a natureza e a humanidade coexistam e prosperem”, afirmou Justin Winters, diretor executivo da Fundação Leonardo DiCaprio. Ao lançar o projeto em Washington, este mês, Winters disse ainda que, sem uma diversidade de espécies de plantas e animais, os principais ecossistemas poderiam entrar em colapso, ameaçando os recursos sobre os quais a civilização humana se baseia. “Os ecossistemas saudáveis ​​capturam, filtram, reciclam e distribuem a água da chuva, irrigam as culturas e fornecem água potável para bilhões de pessoas. Eles também absorvem enormes quantidades de dióxido de carbono, o gás de efeito estufa, que causam as mudanças climáticas. Sem os ecossistemas intactos, o carbono atmosférico seria mais do dobro do que é hoje, tornando o planeta inadequado para a habitação humana”. Trabalho feito à mãoPara o trabalho, a equipe usou bases de dados cartográficos que são fornecidos pelos governos e instituições não governamentais de todo o mundo. Mas se engana quem pensa que o trabalho de desenhar corredores ecológicos planetários foi feito por supercomputadores. A equipe do Laboratório de Geoprocessamento (LabGeo) da UFV foi formada por apenas cinco pesquisadores: Elpídio Fernandes, Pedro Christo, Felipe Simas, Martim Meier e Guilherme Oliveira. Sem verbas para o projeto e sem um computador que desse conta de tantos dados do modelo espacial, eles usaram talento, conhecimento e criatividade. Para rodar os programas, eles utilizados 24 computadores comuns, de salas de aula, funcionando durante madrugadas e finais de semana. “Nós fatiamos os continentes em muitas partes para depois superposicionar todos. Foi um trabalho de boa vontade e criatividade mesmo. Às vezes, uma área demorava 18 horas para ser processada”, disse Pedro Christo. “Nós colaboramos com a ideia mostrando que é factível. Usamos uma escala de 500 metros por pixel na geração dos mapas. Se tudo der certo, será necessário reduzir a área detalhando cada corredor, o que irá exigir um esforço muito maior de pesquisa”, explicou o professor Elpídio.Além de conectar as unidades de conservação já existentes, os pesquisadores precisaram criar corredores que também desviassem de áreas de grande demanda. “Nos modelos, nós estabelecemos custos para movimentação da vida silvestre, prevendo caminhos mais curtos e de menor esforço e risco para os animais, mas que também evitassem áreas onde há plantios comerciais, mineração, cidades, estradas, rios e outros impedimentos geográficos ou econômicos”, contou o professor Elpídio. Para Manno França, os resultados do trabalho feito pela UFV foram muito bem recebidos pela Fundação Leonardo DiCaprio e por cientistas e organizações envolvidas no projeto. As verbas arrecadas deverão agora viabilizar a contrução das centenas de milhares de corredores definidos pela equipe da UFV. Essa é uma questão estratégica que depende de políticas de meio ambiente. Os caminhos já foram construídos.

Léa Medeiros

Divulgação Institucional

Foto: Daniel Sotto Maior

Elpídio

Pedro Christo, Guilherme Oliveira​ e Elpídio Fernandes. Três dos cinco pesquisadores responsáveis pela criação dos corredores ecológicos

 

Doutorandos da Veterinária participam de estudo inédito sobre reprodução de grandes felinos

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 16/nov/2017 -

O doutorando do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Veterinária (PPGMV) Leanes Cruz da Silva é um dos integrantes da equipe que, no final de outubro, realizou, pela primeira vez, no estado do Mato Grosso do Sul, uma Aspiração Folicular por Laparoscopia (Lopu) em onças-pardas.Leanes foi um dos responsáveis pela contenção farmacológica e acompanhamento veterinário dos animais.

O procedimento, segundo ele, fez parte do projeto de pós-doutorado do pesquisador e médico-veterinário Gediendson Ribeiro de Araújo, que está realizando, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), um estudo pioneiro no Brasil na reprodução dos grandes felinos brasileiros. O objetivo é a preservação de espécies ameaçadas de extinção, como as onças pardas e pintadas.

Além de Leanes, a bióloga e também doutoranda do PPGMV Milene de Paula Figueira participou da equipe de manejo dos animais, atuando como auxiliar dos médicos veterinários nos procedimentos realizados. Vale destacar que ambos são orientandos do professor Tarcízio Antônio Rêgo de Paula, que há cerca de 20 anos trabalha com reprodução de carnívoros silvestres. O professor também orientou Gediendson Ribeiro de Araújo, ex-estudante de mestrado e doutorado na UFV, e Thyara de Deco Souza, docente na UFMS, outra integrante do estudo.

Leanes considera “a realização de um sonho poder participar de pesquisas com tamanha importância e espécies tão enigmáticas”. Ele avalia a experiência como reconhecimento de seu trabalho e início de uma grande jornada, que “almeja estabelecer técnicas que colaborem no processo de preservação de espécies ameaçadas de extinção”. É nessa direção, inclusive, que ele vem conduzindo suas pesquisas no doutorado, na tentativa de compreender o comportamento territorial dos grandes felinos e relacioná-lo aos impactos ambientais provocados pelo homem.

As informações sobre a pesquisa podem ser conferidas neste link. Também participam do estudo pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo, da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul e da McGill University (Canadá).

Adriana Passos
Divulgação Institucional

O objetivo da pesquisa é preservar espécies ameaçadas

O objetivo da pesquisa é preservar espécies ameaçadas

 

Destaque em periódico internacional, pesquisa da UFV investiga efeito de quimioterápico em DNA

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 14/nov/2017 -

Um dos maiores desafios nos tratamentos de diversos tipos de câncer é entender a ação dos fármacos quimioterápicos nas células, particularmente no DNA. Mas os obstáculos são muitos: reproduzir in vitro, ou pelo menos simular de forma eficiente, o ambiente intracelular, não é fácil. Além disso, as dimensões nanoscópicas das moléculas são outro complicador, requerendo tecnologia de última geração que permita manipular estruturas milhares de vezes menores que o diâmetro de um fio de cabelo, por exemplo. O único laboratório do país onde o equipamento necessário é utilizado para essa finalidade fica na UFV – e um estudo desenvolvido ali acaba de se tornar destaque num em um respeitado período científico internacional.

O artigo Doxorubicinhinders DNA condensationpromotedbytheproteinbovineserumalbumin (BSA) está na capa da mais recente edição da conceituada revista Biopolymers (Wiley). O trabalho tem como autores os estudantes de doutorado Carlos Henrique Moreira Lima e Hauster Maximiler Campos de Paula, além dos professores Luis Henrique Mendes da Silva, do Departamento de Química, e Márcio Santos Rocha (à esq.), do Departamento de Física. O objetivo foi criar condições semelhantes aos do interior de uma célula para que se possa investigar in vitro, de modo apropriado, os efeitos da interação entre os medicamentos e o DNA.

A solução encontrada pelos pesquisadores foi o uso da proteína albumina do soro bovino (BSA), que, se usada de maneira apropriada, contribui para as análises por dois motivos: simula a grande quantidade de macromoléculas ao redor do DNA, tornando a amostra mais parecida com o espaço intracelular; e reproduz o estado condensado do DNA encontrado em células procarióticas. O fármaco utilizado foi a doxorrubicina, ministrada em variados tipos de câncer.

Para examinarem como o fármaco interagiu com o DNA, os pesquisadores empregaram uma técnica ainda bem pouco difundida no Brasil: a pinça ótica. O sofisticado equipamento inclui vários tipos de espelhos, lentes, microscópios e raio laser. Com ele, foi possível manipular partículas minúsculas – para se ter uma ideia, o DNA é manipulado com precisão de um nanômetro, o que corresponde a algo em torno de 90 mil vezes menos que o diâmetro médio de um fio de cabelo humano. “Há outros laboratórios no Brasil com essa tecnologia, mas somente o Laboratório de Física Biológica da UFV trabalha com a manipulação de DNA na atualidade”, explica o professor Márcio, um dos orientadores do Grupo de Física Biológica.

Os resultados obtidos foram considerados bastante satisfatórios, já que a BSA melhorou muito as condições em que os experimentos de interação acontecem. Para um futuro próximo, a intenção é simular in vitro o ambiente de células eucarióticas, como as dos seres humanos, que são bem mais complexas. “À medida que vamos entendendo esse processo, teremos condições de aperfeiçoá-lo, o que mais adiante poderá levar a tratamentos mais eficientes do câncer”, observa o professor Márcio.

Marcel Angelo
Fotos: Daniel Sotto Maior
Divulgação Institucional

marcel

Cátedra integra UFV à rede internacional de estudos sobre pedagogia de Paulo Freire

Postado por Marcos Jose Mendes Miranda Miranda em 13/nov/2017 -

Desde setembro, a UFV integra, oficialmente, o rol de instituições que contam com uma Cátedra Paulo Freire. Isso significa que, há quase dois meses, a Universidade dispõe de um espaço permanente de reflexão sobre educação na perspectiva daquele que é considerado um dos maiores pensadores da pedagogia no mundo. A criação formal desse espaço veio três anos depois que um grupo de professores da UFV solicitou a concessão da Cátedra, durante a nona edição do Encontro Internacional do Fórum Paulo Freire, realizado em Turim (Itália), em 2014. Da aceitação da proposta – unânime, por sinal – à aprovação do Conselho Universitário (Consu) foram diversos debates para ajustes de um formato que viesse a atender às demandas da instituição.

Uma vez formatada, sua inauguração teve a presença do professor José Eustáquio Romão, presidente do Conselho Mundial dos Institutos Paulo Freire, o mesmo que, em 2014, assinou o ofício autorizando a criação da Cátedra UFV. À frente da coordenação está o professor Edgar Pereira Coelho, do Departamento de Educação (DPE), que explica a Cátedra como um espaço de reinvenção do legado de Paulo Freire na promoção de uma educação emancipadora. “Nosso objetivo é trabalhar com as racionalidades oprimidas”, conta. Segundo ele, no contexto da Cátedra Paulo Freire, também é considerado catedrático aquele que detém um conhecimento popular, que tem autonomia. Foi com base nesse entendimento, inclusive, conforme lembra Edgar Coelho, que nasceu o projeto da Troca de Saberes dentro da Semana do Fazendeiro e vêm sendo articuladas ações do Programa de Extensão Universitária Teia.

O professor explica que, embora tenha sido formalizada no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH), esse deverá ser apenas um núcleo da Cátedra, que pretende servir de apoio a docentes e alunos de todas as áreas do conhecimento. Portanto, ressalta: “a Cátedra não é do Departamento de Educação”. Ele conta que, por meio de reuniões quinzenais – que já estão acontecendo – com professores e alunos de graduação e pós-graduação, os objetivos são entender com mais profundidade a obra de Paulo Freire – que tem mais de 40 livros – e produzir artigos científicos.

Outro objetivo, a partir da ideia de reinvenção do legado freiriano, é a criação de comitês. Já foram criados o de mulheres e o de estudos das línguas indígenas, coordenados, respectivamente, pelos professores Bethânia Medeiros Geremias e Willer Araujo Barbosa, ambos do DPE. Os integrantes desse último comitê estão discutindo a criação de uma futura pós-graduação em língua indígena na UFV, a exemplo do que acontece em outras instituições.

Missão
A missão da Cátedra, conforme lembra seu secretário de finanças, o professor Arthur Meucci (DPE), “é contribuir com os oprimidos e oprimidas e fortalecer o pensamento de Freire de que a educação é um ato de amor”. Essa ideia, em sua avaliação, “colabora para a boa relação entre professor e estudante, baseada sobretudo no respeito, tão raro nos dias atuais”. Ainda conforme o professor, a leitura das obras de Paulo Freire exercitam os debates sobre o papel da ética no campo da educação.

O professor Edgar ressalta que são muitas as frentes de atuação que poderão ser trabalhadas por quem já conhece ou tem interesse em conhecer a pedagogia freiriana. Isso inclui técnicos, professores e estudantes da Universidade e das comunidades de Viçosa e região. Ele compartilha da percepção de que, apesar do reconhecimento internacional, as ideias de Paulo Freire – que já foi professor visitante da Universidade de Harvard (Estados Unidos) – ainda são pouco conhecidas ou mal compreendidas no Brasil. Talvez, por isso, acredita, queiram retirar dele o título de Patrono da Educação Brasileira.

Com a inauguração da Cátedra, a UFV passa a integrar oficialmente uma rede que conta com representantes em mais de 90 países. Isso significa a inclusão formal da Universidade em debates internacionais protagonizados pelos mais de 60 institutos Paulo Freire espalhados pelo mundo aos quais as cátedras estão vinculadas. Significa também o credenciamento da instituição para sediar, por exemplo, o Encontro Internacional do Fórum Paulo Freire, que acontece, pelo mundo, a cada dois anos.

Os interessados em fazer parte da Cátedra devem se inscrever nos encontros que estão sendo realizados duas quintas-feiras por mês, a partir das 14h, na sala de reuniões do Departamento de Educação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3899-2415 ou no site:www.paulofreire.ufv.br

 

Adriana Passos – Foto: Leandro Oliveira
Divulgação Institucional