20 de julho de 2015
O Herbário VIC da UFV passou a integrar, desde junho, o Global Biodiversity Information Facility(GBIF), um dos maiores bancos de dados do mundo sobre biodiversidade. Foram disponibilizadas informações e fotos de cerca de 17.500 registros de angiospermas, provenientes de diferentes ecossistemas e biomas do Brasil, até então disponíveis apenas em papel no Herbário da UFV.
Os dados sobre o Brasil que estão no GBIF são de cerca de 100 herbários brasileiros, entre eles o VIC.
Segundo a professora Flávia Cristina Garcia, integrante da Comissão Curadora do Herbário da UFV, a inclusão na plataforma GBIF confere visibilidade mundial às coleções de plantas e fungos do VIC. Ela foi possível porque, desde o ano passado, o herbário integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Herbário Virtual da Flora e Fungos, que alimenta a rede SpeciesLink e a plataforma do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), o maior banco de dados sobre a biodiversidade brasileira.
Para disponibilizar os dados do VIC nas plataformas brasileira e internacional foi preciso um árduo trabalho de digitalização das coleções. Até o ano passado, para pesquisá-las, os usuários tinham que vir a Viçosa ou pedir as exsicatas, comprometendo a segurança das coleções. A informatização começou graças a um projeto financiado pela Fapemig, em 2010, mas apenas 40% da coleção foi digitalizada até o momento. “Com o projeto, foi possível digitalizar sete mil espécimes iniciais, o restante tem sido informatizado com o apoio do Departamento de Biologia Vegetal, mas há um longo trabalho ainda a ser feito”, diz a professora Flávia. Ela conta que, atualmente, há somente uma funcionária realizando o trabalho de fotografar as exsicatas e cadastrar os dados das coleções. “A função exige mão de obra especializada. Com apenas uma funcionária conseguimos cadastrar, no máximo, 500 espécimes a cada mês e a coleção não para de crescer com as pesquisas em andamento”.
Herbário VIC
O VIC é o terceiro maior herbário do estado de Minas e possui mais de 50 mil espécimes registrados, incluindo um acervo raro com cerca de 10 mil fungos e uma coleção histórica de tipos, com mais de 100 espécies de plantas.
A professora Flávia explica que ele foi criado, em 1930, pela famosa botânica americo-mexicanaYnes Enriquetta Julietta Mexia (1870-1938), que fez expedições de coleta de plantas na América do Sul, nas décadas de 1920 e 1930, e visitou a UFV nos primeiros anos de sua fundação. A coleção, que começou com plantas da região, foi crescendo até atingir o acervo atual que não para de crescer para atender às pesquisas realizadas por vários departamentos da Universidade.
O acervo está acondicionado em armários apropriados para exsicatas, que são amostras das plantas secas e prensadas, costuradas em cartolina, com etiqueta contendo informações sobre o vegetal e o local de coleta, para fins de estudos em botânica e diversas outras áreas do conhecimento.
As coleções documentam o conhecimento sobre fungos e plantas brasileiras e são referências para pesquisas que utilizam os vegetais, por exemplo, para a confirmação da origem de fitoquímicos usados no tratamento de doenças.
(Léa Medeiros)