7 de maio de 2015
Carlos Afonso Nobre já esteve em Viçosa pelo menos três vezes em eventos sobre mudanças climáticas promovidos pelo Departamento de Engenharia Agrícola da UFV. Ele é engenheiro eletrônico formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e assumiu o cargo ocupado desde 2004 por Jorge Almeida Guimarães. Entre 2006 e 2008, atuou como coordenador da Comissão de Cursos Multidisciplinares da Capes e, desde fevereiro de 2011, exerce a função de secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. O pesquisador representa o Brasil no International Institute for Applied System Analysis (Iiasa) e é membro do International Scientific Advisory e do High Level Scientific Advisory Panel on Global Sustainability, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Internacionalização, Interdisciplinaridade e Institucionalização
No discurso de posse, que celebrou a história da fundação e apontou para os novos desafios do futuro, Carlos Nobre destacou a internacionalização, interdisciplinaridade e a institucionalização como os três dos principais eixos de sua atuação. “Daremos continuidade ao modelo Capes que une avaliação e fomento e, há quase 40 anos, é o segredo de sucesso desta instituição e do avanço da pós-graduação no país”, afirmou.
O diálogo constante com a comunidade científica foi outro compromisso do novo presidente. “Não tenho ideias fechadas para a gestão da Capes. Vou ouvir constantemente a comunidade acadêmica, assim como servidores da casa e todos os parceiros institucionais. Também estou aqui para aprender”, revelou.
Entre os temas destacados por Carlos Nobre para a pós-graduação brasileira está o foco em problemas estratégicos. “Devemos atuar interdisciplinarmente sobre temas que são déficits históricos do país, como o Semiárido, a Amazônia e mesmo saneamento básico da população brasileira. E também questões urgentes do presente como desenvolvimento metropolitano”, ressaltou.
Sobre internacionalização, Nobre destacou o esforço para aumentar a atratividade das universidades brasileiras. “Nosso modelo não deve ser o brain drain ou brain gain, mas brain circulation. Devemos valorizar o Portal de Periódicos, grande conquista para a internacionalização da educação superior, e caminhar para ter mais centros de excelência e universidades de alto nível internacional”.
Ética
Presente na cerimônia, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, enfatizou a questão ética da escolha do novo presidente em seu discurso. “Carlos Nobre se dedicou às interfaces das áreas do conhecimento, à questão da manutenção da vida na Terra. Sabemos que o planeta não comporta determinados estilos de consumo que se consolidaram nas últimas décadas. Com essa compreensão mais a preocupação com a inclusão dos historicamente excluídos, tenho certeza que teremos avanço nas questões éticas que são importantes para a educação”, afirmou.
Segundo Janine, os trabalhos do Ministério da Educação têm buscado uma aliança saudável entre inclusão e desenvolvimento econômico. “O que esperamos do Estado brasileiro é uma estrutura que funciona para o bem comum. A administração pública não deve se pautar por interesses pessoais, essa é a definição de República, está acima de todos os interesses privados ou de uma parte ou segmento”.
O novo presidente também reforçou os compromissos éticos para a atuação à frente da agência. “Iremos promover uma gestão baseada na ética da responsabilidade, da qualidade do ensino como motor da redução de desigualdades e da solidariedade como base para cooperação de programas, cientistas e educadores. Fazemos o compromisso com uma educação humanista, democrática para a criação de um país ético, justo e sustentável”, concluiu Nobre.
(Léa Medeiros – Fonte: Capes)